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Homens cobram R$ 2 para fazer travessia de passageiros em estação alagada no Rio

Chuva alaga estação no Rio e homem cobra R$ 2 pela travessia - Reprodução/Instagram
Chuva alaga estação no Rio e homem cobra R$ 2 pela travessia Imagem: Reprodução/Instagram

No Rio

11/12/2013 14h55

Na Estação São Francisco Xavier da Supervia, na zona norte do Rio de Janeiro, três homens passaram a manhã desta quarta-feira (11) fazendo a travessia de passageiros de um lado a outro de uma ligação subterrânea usando um carrinho de supermercado, ao preço de R$ 1. Eles pretendiam passar o dia todo por lá. Mulheres e crianças que precisaram ser carregadas no colo pagavam R$ 2.

O sapateiro Gilvênio dos Santos, 61, afirmou que chegou às 6h para começar esse trabalho: "Todo ano acontece isso e tem ano que consigo faturar. Só hoje, até meio-dia, já tinha ganho mais de R$ 200". O pedreiro Alexandro Pinheiro dos Santos, 26, faz aniversário nesta quarta-feira e passou o dia no local: "Tirei R$ 300 desde as 6h. Pagamos nossas contas e quando chove passamos por esse constrangimento. O problema na estação é antigo, e essa é minha forma de ajudar". Pinheiro dos Santos estava com o irmão, Tiago Henrique, 27, também pedreiro, que preferiu não dizer quanto havia ganhado.

Alguns passageiros se revoltaram com a cobrança feita por Gilvênio dos Santos, Pinheiro dos Santos e Henrique - sentiram-se explorados. A doméstica Beth Silva discutiu com eles: "Quem tem o dinheiro da passagem certinho não consegue passar, pois não têm R$ 1. Todo ano eles, exploram a gente. Perdi o dia inteiro de trabalho." A passagem liga a plataforma de trem à estação e a avenida Marechal Rondon à rua Licínio Cardoso.

Transtornos

Devido ao temporal, a cidade ficou em estágio de alerta --o terceiro nível em uma escala de quatro-- nas bacias de Jacarepaguá e da Baía de Guanabara até as 11h10, quando voltou para o estado de atenção, e os ramais de trem Saracuruna e Belford Roxo foram fechados pela SuperVia. Por volta das 12h, todos os ramais voltaram a operar normalmente, mas com intervalos irregulares.

No ramal Japeri, os trens circulavam apenas entre Austin e Central. Uma queda de muro na estação Piedade, na zona norte da cidade, provoca atraso em outras três linhas (Deodoro, Santa Cruz e Japeri). Por medida de segurança, os trens continuam circulam com velocidade reduzida e com maior tempo para embarque e desembarque dos passageiros.

As estações Olaria (ramal Saracuruna) e São Francisco Xavier (ramal Deodoro) permanecem fechadas devido ao acúmulo de água em seus acessos. A linha 2 do MetrôRio também não está operando no trecho entre Pavuna e Colégio.

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Em Nova Iguaçu, o pedreiro Martim Mesquita da Silva, 50, foi arrastado pela correnteza do rio que corta Austin, na Baixada Fluminense. Ele está desaparecido desde a madrugada, e os bombeiros de Nova Iguaçu fazem buscas pela região.

Na mesma localidade, houve um desabamento no qual uma pessoa foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, segundo a assessoria da corporação. Ela foi encaminhada para o Hospital Geral de Nova Iguaçu. Outras ocorrências da mesma natureza foram registradas em Nilópolis, também na Baixada Fluminense, em Anchieta e em Realengo, nas zonas norte e oeste da capital, respectivamente.

Segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, as ocorrências de Anchieta e de Realengo são as mais críticas. Em entrevista à "Globo News", o oficial afirmou que, em Realengo, há dois feridos, sendo que um deles está parcialmente soterrado. Os bombeiros trabalham para resgatá-lo. Já em Anchieta, uma pessoa ficou ferida.

O aeroporto Santos Dumont ficou fechado para pousos até as 9h30, e agora opera por instrumentos. Alguns voos foram desviados para o Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, que também opera com auxílio de instrumentos, e quatro foram cancelados.