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Delator cita nome que seria responsável por pagamento de propina ao PT

O delator da operação Lava Jato Milton Pascowitch (à direita) - Marcelo Camargo - 6.ago.2015/Agência Brasil
O delator da operação Lava Jato Milton Pascowitch (à direita) Imagem: Marcelo Camargo - 6.ago.2015/Agência Brasil

De São Paulo

18/11/2015 10h21

O lobista Milton Pascowitch, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que um homem identificado como 'Ricardo Dias' foi a seu escritório 'por duas ou três vezes' e teria levado R$ 300 mil. Em depoimento no dia 11 de setembro à Polícia Federal, Pascowitch afirmou que 'Ricardo Dias' seria ligado à diretoria financeira do PT.

"Junto ao seu escritório em São Paulo na avenida Faria Lima compareceu por duas ou três vezes a pessoa de Ricardo Dias, o qual seria ligado à diretoria financeira do PT segundo recorda, e teria levado R$ 300 mil em cada oportunidade", declarou o lobista.

O PT comunicou que 'nunca' teve funcionário chamado 'Ricardo Dias'.

Os investigadores da Lava Jato não descartam a hipótese de que 'Ricardo Dias' faça parte de alguma estrutura de arrecadação de campanha vinculado ao partido.

No mesmo depoimento, Milton Pascowitch relata que entre o final de 2009 e o início de 2011, o repasse em espécie feito ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto chegou a R$ 10 milhões. O lobista declarou que também fez transferências por meio de doações oficiais ao Diretório Nacional do PT por parte da empreiteira Engevix, apontada pelos investigadores como parte do grupo de empresas que cartelizaram contratos da Petrobras entre 2004 e 2014.

Segundo o delator, as doações foram concentradas no período das eleições de 2010. "O controle desses repasses era feito pelo declarante e por João Vaccari."

Em junho deste, o lobista começou a contar o que sabe sobre o esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Em troca da delação, Pascowitch deixou a Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR), base da Lava Jato, após 39 dias preso.

Milton Pascowitch foi o pivô da deflagração da Operação Pixuleco, 17ª fase da Lava Jato, que levou à prisão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula), em 3 de agosto deste ano.

"O Partido dos Trabalhadores nunca teve um funcionário com o nome citado. E ressalta que todas as doações recebidas pelo partido foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral.", disse o partido em nota.