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Bolsonaro diz que aguarda aprovação de pacote anticrime de Moro pelo Congresso

O presidente Jair Bolsonaro e o o ministro Sergio Moro - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro e o o ministro Sergio Moro Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Breno Pires

Em Brasília

04/05/2019 20h19

Após desencontros em declarações de ambos, o presidente Jair Bolsonaro fez hoje um afago ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao defender no Twitter a aprovação, no Congresso Nacional, dos projetos de lei encaminhados pelo ex-juiz da Lava Jato para combate à corrupção, crime organizado e criminalidade violenta.

"O @JusticaGovBR (nome da conta do Ministério da Justiça), @SF_Moro (nome da conta pessoal de Sergio Moro) inaugurou o Centro Integrado de Inteligência Nacional. O objetivo é ampliar a troca de informações entre forças policiais, reforçando o combate ao crime organizado e tráfico de armas e drogas. Aguardamos apreciação do Pacote anticrimes pelo Congresso", escreveu o presidente no Twitter.

Os projetos anticrime são a principal bandeira de Moro desde que decidiu aceitar o convite do presidente para assumir o ministério. Ele conta com o apoio do presidente para aprovação na Câmara e no Senado, embora a grande prioridade do governo seja a reforma da Previdência.

O descompasso entre o presidente e o ministro veio em declarações nas últimas duas semanas. Há nove dias, Bolsonaro disse não se opor à saída do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública e transferência para o Ministério da Economia, como parte das negociações com o Congresso para aprovação da Medida Provisória que reorganizou os ministérios.

"Não me oponho em voltar o Coaf para o Ministério da Economia, apesar do Paulo Guedes estar com muita coisa. Falei hoje com o Fernando Bezerra (relator da MP) sobre o assunto. Tem um ponto ou outro. Se não aprovar será uma bagunça. Teremos que ter mais sete ministros", disse Bolsonaro.

O ministro reagiu prontamente, afirmando que isso seria prejudicial para o órgão, que está sendo reforçado sob sua supervisão.

"Estamos conversando com os parlamentares para manter o Coaf no Ministério da Justiça e Segurança Pública e esperamos convencê-los. Isso favorece a integração e utilização da inteligência do Coaf no enfrentamento da criminalidade mais grave pelo MJSP, inclusive de organizações criminosas", disse Moro ao jornal O Estado de S. Paulo naquele mesmo dia.

Na última segunda-feira, 29, Bolsonaro afirmou que enviaria ao Congresso um projeto para isentar pena de produtor rural que atirar em invasão de terras. "A propriedade privada é sagrada e ponto final", comentou o presidente em um dos maiores eventos do agronegócio do país.

Moro, em seguida, ao ser questionado sobre o tema relacionado à área do ministério que chefia, disse que ainda era "prematuro discutir essas questões sem que nós tenhamos ela ainda como uma política pública absolutamente delimitada".