Bolsonaro diz esperar que a Argentina reflita 'sobre a visita de seu candidato a Lula'
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) reafirmou, em entrevista ao jornal Clarín, seu apoio à reeleição de Mauricio Macri para que a Argentina "não siga a linha da Venezuela" e também disse esperar que o país "reflita muito sobre essa visita de seu candidato a Lula".
A entrevista foi concedida em Brasília, antes da viagem do presidente brasileiro nesta semana à cidade argentina de Santa Fé para uma cúpula do Mercosul.
Bolsonaro criticou a chapa formada por Alberto Fernández com a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, que aparece empatada em várias pesquisas com Macri.
Segundo o presidente, o fato de "o candidato de Cristina" ter visitado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão em Curitiba "demonstra um completo desconhecimento do que acontece no Brasil".
Ele afirmou que o PT (Partido dos Trabalhadores) tinha um "projeto de poder" e "assaltou as empresas estatais", levando a Petrobras "quase à destruição" e deixando "os fundos de pensão também quebrados". Para Bolsonaro, a postura de Fernández, inclusive a visita a Lula, "é um sinal de que podemos ter um atrito com a Argentina que não queremos ter".
Bolsonaro voltou ainda a dizer que não quer ver Cristina "de volta ao poder", embora também tenha afirmado que não pretende "interferir politicamente em outro país".
Sobre o Mercosul, o presidente brasileiro afirmou que pretende trabalhar para que o bloco feche acordos comerciais com a maior quantidade possível de blocos.
"Temos conversado sobre a possibilidade de acordos com Japão, Coreia do Sul e agora também Estados Unidos", afirmou ele ao jornal argentino. "É a melhora da economia que vai tirar o povo da situação difícil em que se encontra. Na Argentina, e grande parte do povo brasileiro", disse.
O líder brasileiro criticou o fato de que Fernández disse que pretende revisar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
"Isso traz problemas econômicos para Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai", disse. "Estamos concentrados na economia. Um governo com a economia frágil não se sustenta. E eu não quero que a Argentina siga a linha da Venezuela."
O presidente brasileiro disse ainda que, quando era deputado, fazia oposição ao Mercosul, "mas por sua tendência ideológica". Ele relatou ter conversado anteriormente com Macri e que ambos decidiram que "essa tendência ideológica tem que deixar de existir, temos que ir ao livre mercado e fazer acordos com a maior quantidade de blocos ou países do mundo".
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