Há apenas um mês na chefia do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama, José Carlos Mendes de Morais pediu exoneração do cargo na última sexta-feira, 9.
O Ibama não detalhou os motivos de sua saída. Em mensagem enviada a colegas de trabalho, Morais declarou apenas que saia por "motivo de força maior".
A saída ocorre no momento em que o Pantanal vive uma fase de queimada recorde. O Prevfogo é o principal órgão responsável pela política de combate a incêndios florestais.
A área de combate a incêndios do Ibama é mais uma que sofre com a falta de recursos e de profissionais para lidar com o volume de trabalho enfrentado pelo órgão, principalmente nesses meses de alta de queimadas.
O Ibama vive hoje a situação mais crítica de toda a sua história em relação ao número de fiscais que dispõe para realizar operações em campo. Principal órgão do governo federal na proteção da maior floresta tropical do mundo, o Ibama possui atualmente 591 agentes ambientais para enfrentar o avanço do crime ambiental, e isso não só na Amazônia, mas em todo o país.
Dados oficiais do órgão obtidos pelo Estadão mostram que o quadro atual de agentes é 55% inferior ao que o instituto detinha dez anos atrás. Em 2010, eram 1.311 fiscais em atuação. Trata-se do pior cenário de fiscalização desde a fundação do Ibama, em 1989.
Só em 2019, a redução do número de agentes de fiscalização ambiental foi de 24% sobre o ano anterior. Basicamente, são duas as causas desse esvaziamento: aposentadoria de servidores e falta de concursos públicos para renovação o quadro funcional.
O quadro atual de servidores do Ibama, em todas as suas áreas, soma 2.800 funcionários, número que também remete ao momento mais crítico da instituição. Em 2007, por exemplo, chegou a ter 6.200 empregados.
Imagens mostram destruição provocada por queimadas no Pantanal
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Jaguar ferido às margens de rio no parque Encontro das Águas, na região do Pantanal; região foi tomada pelas chamas
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Imagens mostram fogo na região do Pantanal, devastada pelas queimadas que ocorrem em setembro
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Carcará busca água em meio à devastação provocada pelo fogo
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Focos de incêndio tomam conta da área, conhecida pela ampla fauna e flora
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Vista aérea mostra região padecendo após o incêndio
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Carcaças de animais são fotografadas em meio à região castigada pelo fogo; voluntários buscam animais com vida que estejam feridos
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Imagem aérea mostra jacaré morto em região completamente queimada
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Vista aérea de região do Pantanal mostra muita fumaça e plantações queimadas
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Voluntários tentam apagar incêndio na área
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Homem absorve água do rio para tentar umedecer cascas de árvores atingidas pelo fogo
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Plantação castigada pelo fogo
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Voluntário vasculha região para tentar conter o fogo e salvar animais feridos
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Outra imagem de vida aérea mostra a devastação em região próxima à rodovia Transpantaneira
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Jacaré morto em meio à vegetação queimada pelo fogo
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Jaguar caminha próximo às margens de rio no parque Encontro das Águas
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Fumaça persiste em regiões queimadas no Pantanal; quase três mil hectares foram incendiados na área
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Voluntários seguem de barco em rio contabilizando a tragédia, que também atingiu a vida aquática
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Jabuti em meio à seca de região que foi incendiada no parque Encontro das Águas
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Fumaça toma conta da vista no Pantanal
Mauro Pimentel/AFP
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