Topo

Esse conteúdo é antigo

Não vejo futuro com a volta ao lulopetismo envelhecido e inconfiável, diz Ciro

11.out.2019 - Ciro Gomes (PDT) em entrevista ao UOL e à Folha, em Brasília - Kleyton Amorim/UOL
11.out.2019 - Ciro Gomes (PDT) em entrevista ao UOL e à Folha, em Brasília Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Pedro Caramuru

São Paulo

09/03/2021 09h01Atualizada em 09/03/2021 10h30

O ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) defendeu na manhã de hoje a criação de uma chapa para disputar as eleições presidenciais de 2022 que inclua representantes políticos para além da esquerda.

Entretanto, em entrevista à rádio CBN, Ciro disse ter reservas em relação a compor com o PT e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve ontem os direitos políticos restaurados.

"O que eu quero dizer é que o Brasil precisa, diante do problema grave que temos, construir um caminho de futuro e, francamente, não vejo o caminho de futuro ser construído com a volta ao passado lulopetista envelhecido, desgastado e inconfiável, e, pior, que tem a característica de fazer o outro lado se reunir também com base no ódio", disse Ciro.

"Acabei de comemorar a devolução dos direitos políticos do Lula, porque ele tinha direito a isso. A vida inteira lutei, mas, se sob o ponto de vista jurídico ele tem esses direitos, politicamente, ele faz parte grave do problema brasileiro", completou o ex-ministro.

Ontem, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin anulou todas as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba em ações contra o ex-presidente Lula.

Ciro disse que aceita se reunir com todo brasileiro para discutir uma aliança para as próximas eleições, mas ressaltou que não pretende ligar para conversar com Lula. Segundo o ex-ministro, a participação do PT no pleito de 2022 contribui para a polarização da disputa.

"Já disse e quero repetir que o Brasil não cabe na esquerda. A esquerda tem seu valor, mas o Brasil é um Estado muito mais complexo, difícil e heterogêneo", afirmou. "Entretanto, para ser muito franco, o comportamento do lulopetismo é parte central do problema, o que volto a dizer, não elimina a possibilidade de diálogo", completou Ciro.

O ex-ministro também reforçou a necessidade de se aguardar as próximas etapas do julgamento do ex-presidente, que deverão determinar se foram corretas ou não as decisões da vara de Curitiba.

"A petezada está toda soltando foguetes e abrindo champanhe, mas isso é uma coisa apressada. Precisamos deixar o tempo amadurecer", reforçou Ciro.