Eduardo posta na Gettr trecho de live em que Bolsonaro mentiu sobre vacina
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) anunciou ontem ter publicado em seu perfil na rede social Gettr o trecho da live em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma falsa associação entre vacinas contra covid-19 e Aids, em mais uma tentativa de driblar as ações de YouTube, Facebook e Instagram, que removeram o vídeo de suas plataformas.
"Postei agora pouco apenas no Gettr trecho da live do presidente que gerou polêmica esta semana. Não o faço em todas as redes por motivos óbvios. Gettr é uma rede que não te censura. Sugiro criar uma conta lá também e em breve terão até transmissão de live", disse Eduardo em publicação no Twitter, na noite de quarta-feira (27).
A Gettr é uma rede social criada pelo ex-assessor-chefe de comunicação do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Ao chegar no Brasil, a plataforma teve grande adesão de influenciadores digitais e políticos bolsonaristas.
A live em questão foi transmitida nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro na última quinta-feira (21). Na ocasião, ele disse que vacinados com as duas doses contra a covid-19 estariam desenvolvendo a "síndrome da imunodeficiência adquirida" — Aids — "mais rápido do que o previsto", e que tal conclusão era supostamente apoiada em "relatórios oficiais do governo do Reino Unido".
No entanto, os documentos citados por Bolsonaro não fazem menção ao vírus da Aids, nem à queda da imunidade após a vacinação. O texto reproduzido pelo presidente na live foi, na realidade, retirado do site de notícias falsas Stylo Urbano.
"Essas afirmações são de sites que propagam teorias da conspiração e notícias falsas", informou o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido. "As vacinas contra a covid-19 não causam Aids. A Aids é causada pelo HIV", reiterou a Agência de Segurança de Saúde, também do país europeu.
A alegação já havia sido refutada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que reforçou a necessidade que portadores do vírus HIV se vacinem contra o coronavírus. Entidades como a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e a Unaids, programa das Nações Unidas de combate à Aids, condenaram a fala.
"Não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a covid-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida", afirmou a SBI em nota.
Depois da live, senadores da CPI da Covid foram ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar suspender os perfis de Bolsonaro no Twitter, Instagram, YouTube e Facebook. O relator da ação é o ministro Alexandre de Moraes, que ontem pediu uma manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre o caso.
(Com Deutsche Welle e Estadão Conteúdo)
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