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Líder da OMS expressa preocupação com nova onda da pandemia com subvariante da ômicron

Maria Van Kerkhove expressou temor de novo aumento de casos de covid-19 globais com disseminação de subvariante BA.2 da ômicron - Fabrice Coffrini/Reuters
Maria Van Kerkhove expressou temor de novo aumento de casos de covid-19 globais com disseminação de subvariante BA.2 da ômicron Imagem: Fabrice Coffrini/Reuters

Ilana Cardial e Gabriel Bueno da Costa

São Paulo

16/02/2022 13h45

A líder técnica da resposta à pandemia de covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, disse haver um temor de que, após o fim da onda de infecções pela subvariante BA.1 da ômicron do coronavírus, haja uma nova onda com a BA.2. Em sessão de perguntas e respostas, ela reiterou não estar afirmando que esse movimento irá acontecer, mas sim que a possibilidade está sendo monitorada.

"Estamos vendo aumentos proporcionais da BA.2, que é mais transmissível que a BA.1", disse Kerkhove, que afirmou não haver evidências de que esta subvariante seja mais grave.

A líder disse ser "incrível" ver como a ômicron já superou a onda da delta ao redor do mundo. De acordo com Kerkhove, ao comparar as mutações da BA.1 com as da Delta, é possível perceber que as variantes "penetram" mais no corpo humano e são mais resistentes à proteção das vacinas ou de uma contaminação anterior. Ainda assim, ela destacou que os imunizantes existentes são altamente eficazes contra hospitalizações e mortes.

Kerkhove também afirmou ser necessário garantir melhor testagem da covid-19 ao redor do globo, uma vez que se trata de uma parte crítica no combate à pandemia. "Os testes precisam ser confiáveis, baratos e rápidos", disse.

Emergência global

O diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, disse nesta quarta que o coronavírus sempre vai existir. "O que queremos é que pare de provocar uma crise de emergência global", afirmou, em sessão de perguntas e respostas aberta ao público.

Ryan reiterou que é preciso "normalizar" o vírus, de modo que seja possível lidar com sua existência, uma vez que variantes continuarão a surgir. "O coronavírus é toda uma família", destacou.

O diretor afirmou que o vírus que provoca a covid-19 tem sido estudado amplamente e que agora é preciso usar as ferramentas e conhecimento disponíveis para combater a pandemia e preparar-se para a próxima. "Talvez tenha havido mais pesquisas sobre esse vírus do que qualquer outro vírus na história", disse.

Américas

Diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne afirmou nesta quarta que os novos casos de covid-19 continuam a recuar nas Américas, com queda de 31% na semana mais recente, em comparação com a anterior. Segundo ela, porém, o nível de casos segue "muito elevado". Além disso, o número de mortes continua a aumentar na região, com alta de 5,6% nesta semana, o sexto avanço consecutivo.

Na América do Sul, o Brasil lidera em número de mortes, batendo recordes nesta onda atual do vírus, disse Etienne. Ela lembrou que os picos de casos da doença "são seguidos por picos de mortes três semanas depois". Etienne também destacou o papel da variante Ômicron para provocar a onda atual de casos, em quadro de relaxamento das medidas de proteção pelas pessoas em muitos países.

Além disso, a autoridade destacou o papel das vacinas contra o vírus. Segundo ela, a onda atual de casos com a variante Ômicron mostrou que as vacinas atualmente disponíveis protegem a grande maioria das pessoas de hospitalização ou morte.