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Ministro da Agricultura volta a comparar invasões do MST com atos golpistas

Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto em Brasília (DF) - 4.abr.2023 - Matheus W. Alves/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo
Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto em Brasília (DF) Imagem: 4.abr.2023 - Matheus W. Alves/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo

Levy Teles

Em Brasília

02/05/2023 16h17Atualizada em 02/05/2023 17h45

Em encontro com Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nesta terça-feira, 2, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a comparar as invasões de terra estimuladas pelo Movimento dos Trabalhos Rurais Sem Terra (MST) com os ataques golpistas de 8 de janeiro. O ministro de Lula busca romper resistências do setor agropecuário com a gestão petista.

"O direito por um pedaço de terra é legítimo, um plano nacional de reforma agrário é legítimo dentro do rigor da lei. Tudo o que transpassa o rigor, não tem meu apoio. Considero invasão de terra produtiva tão danosa quanto a invasão do Congresso Nacional", afirmou, defendendo a repressão aos movimentos.

A fala mais uma vez expõe a divergência do chefe da pasta com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que disse não ver relação entre os dois eventos.

"Se temos que reprimir os atos de invasão do dia 8 de janeiro, temos que reprimir as invasões de terras. Isso é inconcebível", disse ele aos parlamentares na reunião. Ainda durante o encontro, o ministro contou aos parlamentares de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou que "ninguém tem direito de tomar a terra de ninguém".

As invasões deflagradas pelo MST desde o início do ano recrudesceram no governo Lula, em especial no chamado "Abril Vermelho", ofensiva que incluiu ações em diversas propriedades - incluindo terras produtivas e áreas da Embrapa - e ocupações de sedes do Incra, aumentaram a tensão entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e setores do agronegócio. O governo aceitou uma série de demandas do movimento e substituiu superintendentes regionais do Incra.

A FPA coordenou uma contraofensiva ao MST ajudando na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do movimento, lida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e pretende reforçar com uma equipe para investigar o grupo dos sem terra.