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Cidade onde epidemia do coronavírus começou na Itália zera contágios

Moradores caminham pelas ruas de Codogno, na região da Lombardia, na Itália - Miguel Medina/AFP
Moradores caminham pelas ruas de Codogno, na região da Lombardia, na Itália Imagem: Miguel Medina/AFP

11/03/2020 12h47

Apesar de ter confirmado mais de 10 mil casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na Itália, o último balanço divulgado pela Defesa Civil trouxe uma boa notícia: pela primeira vez em mais de 15 dias, a cidade de Codogno, epicentro da epidemia no país, não registrou nenhum contágio. Com cerca de 16 mil habitantes, o município fica na Lombardia e se tornou mundialmente famoso pouco antes do Carnaval, quando registrou os primeiros casos de transmissão direta do Sars-CoV-2 na Itália.

Codogno e outras 10 cidades do norte do país foram colocadas em quarentena em 23 de fevereiro, inclusive com toque de recolher, e só saíram dessa condição no último domingo (8), quando o primeiro-ministro Giuseppe Conte editou um decreto impondo restrições à circulação na Lombardia e em 14 províncias de outras quatro regiões.

O mesmo texto determinou o fim da quarentena em Codogno, que, assim como as outras 10 cidades, passou a se adequar às novas normas impostas pelo governo. O decreto permite que cidadãos saiam de casa em algumas situações, como para comprar alimentos e por motivos de trabalho, saúde ou familiares.

"Estamos particularmente felizes por este que parece um grande resultado, mas queremos dizer que nós cumprimos a quarentena seriamente, e certamente é por isso que temos a queda que esperávamos", declarou o prefeito de Codogno, Francesco Passerini hoje.


"A batalha não acabou, mas se mantivermos comportamentos inteligentes, teremos algumas semanas de sacrifício, mas sairemos dessa", acrescentou. A notícia positiva logo se tornou argumento para a extrema direita reforçar o pedido para o governo colocar toda a Itália no mesmo modelo de quarentena.

"O isolamento funcionou em Codogno, é uma bela notícia. Mas, para que funcione em toda a Itália, é preciso fechar todas as atividades, com exceção daquelas de necessidade pública vital, por duas ou três semanas", escreveu o líder da oposição, senador Matteo Salvini, no Facebook.

"É preciso exportar o modelo de Codogno a toda a Lombardia.

Codogno é o único lugar da região onde os contágios se interromperam", reforçou o governador lombardo, Attilio Fontana, colega de Salvini na Liga.

Mas nem todos são tão assertivos. Em entrevista a uma rádio católica, o médico Marcello Natali, que atua em Codogno, disse que é provável que a cidade ainda tenha casos ocultos. "Eu seria um pouquinho crítico ao dizer que não houve mais casos em Codogno. Na minha opinião, há casos que ainda não foram diagnosticados", declarou.

Apesar dessa hipótese, Natali reconheceu que a situação no município está "melhorando". "Mas isso não quer dizer que está tudo certo, que podemos sair na rua fazendo farra. O risco de infecção ainda existe", completou.

Italiano é detido por furar bloqueio

Um idoso italiano, que testou positivo para o novo coronavírus (Sars-CoV-2), foi indiciado nesta quarta-feira (11) por ter ido ao supermercado fazer compras durante o período em que deveria estar em quarentena.

O homem foi parado dentro do estabelecimento por policiais na cidade de Sciacca, na província de Agrigento, após denúncia de vizinhos e colegas de trabalho, que informaram que ele havia violado o período de isolamento por diversas vezes. O idoso trabalha no hospital da cidade e contraiu o vírus há algumas semanas.

Aos policiais, ele afirmou que não tinha quem fizesse suas compras. Mas, os vizinhos disseram que o homem dizia estar bem e que o vírus "não era tão contagioso" como falam. Por conta da ação, o idoso será indiciado pelo crime de epidemia culposa e pode pegar até 12 anos de prisão.

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