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Furacão Sandy 'congela' campanha nos EUA e abre oportunidade para Obama

29/10/2012 13h39

Em meio ao clima de tensão na costa leste dos Estados Unidos com a proximidade do furacão Sandy, que deve atingir a região na noite desta segunda-feira, já se pode perceber os efeitos da tempestade também sobre a campanha eleitoral no país, a uma semana do dia em que os americanos elegerão seu presidente.

O governo declarou estado de emergência em oito Estados e os cuidados incluem a paralisação dos transportes públicos, escolas e o cancelamento de mais de 6.800 voos. Os meteorologistas, no entanto, não garantem se as medidas de precaução serão realmente necessárias ou apenas excesso de preocupação.

 


Em sua passagem pelo Haiti, Cuba e outras ilhas do Caribe, o Sandy deixou mais de 40 mortos.

Nos EUA, um dos efeitos que já aparentes é o impacto do furacão sobre as estratégias do democrata Barack Obama, que quer manter-se na Casa Branca, e seu rival nas urnas, o republicano Mitt Romney.

Além das mudanças de agenda e cancelamento de compromissos importantes, o ciclone deve ofuscar Romney e colocar os holofotes sobre Obama, cuja capacidade de líder da nação será observada de perto pelos eleitores.

O democrata esteve na Flórida na noite de domingo, mas teve que cancelar um evento planejado para esta segunda-feira ao lado do ex-presidente Bill Clinton no Estado.


Ele deve retornar diretamente à Casa Branca para monitorar a trajetória do furacão Sandy, devido às "agravamento das condições meteorológicas na região de Washington".

Pode ser que Obama simplesmente não queira ficar isolado no sul do país.

Mas há também a possibilidade de que ele tenha pensado ser inapropriado fazer um discurso de campanha, no qual provavelmente atacaria seu oponente, parecendo pouco animado na momento.

É um sinal da crescente seriedade da ameaça trazida pelo fenômeno meteorológico.

No domingo, todos os planos do presidente foram alterados, primeiro com o cancelamento de eventos, depois com o retorno deles à agenda. Por fim, o cancelamento novamente.

Ninguém quer saber se a tempestade vai criar um clima de caos ou uma catástrofe nacional de grandes proporções, mas seu impacto político já é fato.

Obama sob os holofotes


Por um lado o furacão Sandy congela a campanha, já que os candidatos não farão discursos. E mesmo que decidissem falar, a mídia não gastaria tempo repercutindo suas declarações.

Mas o fenômeno também volta as atenções para o presidente, que como líder da nação toma o papel central da situação. É uma plataforma bastante desigual e Mitt Romney pode ficar ofuscado enquanto o drama se desdobra.

Os holofotes estarão voltados para Obama. O presidente ganha a oportunidade de demonstrar sua força de liderança.

Ele também torna-se o número 1 como alvo caso a reação do governo seja lenta, inadequada, ou simplesmente, e perigosamente, se houver sofrimento que não possa ser remediado.

Todos nós estamos nervosos com essa tempestade. Todos nós esperamos que não haverá mortes. Mas para os dois homens mirando a Casa Branca, o ciclone pode representar a diferença entre a sobrevivência ou a extinção política.