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Com ventos de cerca de 130 km/h, Sandy chega aos EUA e pode afetar 60 milhões

Do UOL, em São Paulo

29/10/2012 18h51Atualizada em 30/10/2012 10h54

Com ventos de cerca de 130 km/h, o olho da tempestade Sandy atingiu o solo da costa leste dos Estados Unidos ao sul da cidade de Atlantic City, em Nova Jersey, pouco depois das 22h de Brasília (20h no local). 

Pouco antes de chegar ao território norte-americano, o Centro Nacional de Furacões dos EUA rebaixou a classificação do fenômeno de "furacão" para "ciclone pós-tropical" --o que significa que não é mais impulsionado por temperaturas quentes, mas seus ventos ainda têm a força dos de um furacão.

A tormenta pode afetar cerca de 60 milhões de pessoas, afirmou a empresa United States National Grid, que fornece energia ao país. De acordo com informações da emissora CNN, por volta das 22h20 de hoje (horário de Brasília), mais de 2,8 milhões de pessoas já estavam sem energia elétrica em 11 Estados norte-americanos.

O nível da água no Battery Park, no sul de Manhattan, passou de 1 metro, bateu novo recorde, e continua subindo rapidamente. O aeroporto internacional John F. Kennedy (JFK), também em Nova York, foi fechado por causa das inundações. 

Reportagem do site da emissora americana CNN apontou que dez Estados foram afetados, além de Washington DC. São eles Nova York, Nova Jersey, Massachusetts, Pensilvânia, Connecticut, Delaware, Maryland, Rhode Island, New Hampshire e Maine.

As Bolsas de Valores do país fecharam pela primeira vez desde os atentados de 11 de Setembro de 2001 e continuarão sem funcionar na terça. Órgãos públicos fecharam em Washington e aulas foram canceladas em toda a costa leste. Uma empresa de prevenção de desastres estimou que os prejuízos podem chegar a US$ 20 bilhões, de acordo com a agência Reuters. Meteorologistas dizem que o Sandy pode ser a maior tempestade já registrada no território continental dos Estados Unidos.

Campanhas eleitorais interrompidas

O presidente americano, Barack Obama, deixou de lado seu papel de candidato e, em um breve discurso após reunião com o comitê de crise da Casa Branca, alertou os moradores das regiões potencialmente ameaçadas a seguirem as instruções das autoridades locais para que deixem suas casas.

  • Michael Reynolds/Efe

    Obama se mostra preocupado em pronunciamento em Washington

"Por favor, ouçam as autoridades locais. Quando lhes disserem para sair, vocês devem sair. Sem demora. Não pensem no que fazer", disse. "Esta é uma tempestade séria e poderá ter consequências potencialmente fatais se as pessoas não agirem de forma rápida", acrescentou Obama que, pela manhã, deixou apressadamente a Flórida, onde cumpriria agenda de campanha.

O candidato republicano às eleições presidenciais, Mitt Romney, também cancelou seus eventos de campanha hoje, a apenas oito dias das eleições, que acontecem no dia 6 de novembro.

Estados em emergência

Obama acrescentou Delaware à lista de Estados em emergência para mobilizar recursos econômicos e equipes de assistência federais perante a chegada do fenômeno. A lista agora totaliza nove Estados. A ação autoriza o Departamento de Segurança Nacional (DHS) e a Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema) a coordenar os esforços de emergência com as autoridades locais e fornecer assistência adicional, informou a Casa Branca. Além de Delaware, Rhode Island, Pensilvânia, Connecticut, Virgínia, Nova Jersey, Nova York, Maryland e Washington também estão em emergência.

Voos cancelados

Ao menos quatro voos que partiriam nesta segunda-feira (29) do Aeroporto Internacional de Guarulhos foram cancelados. São eles os voos com destino a Nova York das 22h05 da American Airlines, das 21h20 da Delta, das 22h25 da TAM e das 22h da United Airlines, que tem como destino o aeroporto de Newark, próximo a Nova York.

Nos EUA, as companhias aéreas que operam na costa leste cancelaram mais de 10 mil voos desde sábado (27), a maioria no aeroporto internacional da Filadélfia, assim como em LaGuardia e John F. Kennedy (em Nova York), segundo o rastreador de voos Flightstats.com.

O furacão Sandy, que está a cerca de 415 km ao sudoeste da cidade de Nova York e a cerca de 330 km ao sudeste de Atlantic City (Nova Jersey), ganhou força hoje após alcançar ventos máximos sustentados a 150 km/h e ameaça a costa nordeste dos EUA com fortes ondas. Ele traz consigo uma ressaca com ventos de força de furacão.

O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) divulgou em seu boletim das 13h (horário de Brasília) que o furacão, de categoria 1 na escala de intensidade Saffir-Simpson (que vai até a categoria 5), avança rapidamente com velocidade de deslocamento de 30 km/h rumo ao noroeste.

"A maior ameaça são as ondas e a elevação do nível de água do mar", que poderia pôr vidas humanas em risco, informou hoje à Agência Efe Todd Kimberlaind, porta-voz do NHC. De acordo com estudos, Sandy atingirá a costa de Nova Jersey, a grande região de Nova York, Long Island e o sul da Nova Inglaterra.

O olho do furacão irá em breve rumo ao noroeste e depois, à noite, rumo ao oeste-noroeste. Assim, seu centro tocará o solo ao longo do litoral sul de Nova Jersey "esta tarde ou a primeira hora da noite", acrescentou o meteorologista do NHC.

Nova York parada

A cidade de Nova York está totalmente paralisada com o fechamento do transporte público, escolas, universidades, tribunais, teatros, grandes empresas, da bolsa de valores, dos monumentos e dos museus, por isso o trânsito está muito menos intenso do que o habitual e há poucas pessoas na rua. As Nações Unidas anunciaram que sua sede continuará fechada na terça-feira (30), por causa do furacão.

Além disso, um guindaste ameaça cair de um arranha-céu em construção na ilha de Manhattan. O projeto promete ser um dos prédios residenciais mais altos de Nova York.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, informou que 300 mil residências do Estado estavam sem eletricidade na tarde de hoje. Cuomo publicou no Twitter cifras detalhadas sobre a interrupção do fornecimento de energia.

As autoridades da cidade ordenaram a retirada de mais de 370 mil pessoas de Coney Island, do Brooklyn e do Battery Park, em Manhattan, além do fechamento dos dois túneis ao sul da ilha. (Com agências internacionais)