Eleições nos EUA: Por que resultados de votação para Congresso indicam que novo presidente terá poder limitado
Assim como na corrida para a Casa Branca, os partidos Republicano e Democrata travam uma disputa acirrada pelo controle do Congresso dos EUA - batalha que poderá ter grandes implicações para o futuro governo.
Até esta eleição, o partido Republicano, de Trump, tinha a maioria de assentos no Senado (53 x 47), enquanto a Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) estava sob o controle Democrata (232 x 197).
Os Democratas anunciaram a meta de manter sua maioria na Casa dos Representantes e assumir o controle também do Senado - cenário que vários institutos de pesquisa consideravam possível.
O controle das duas casas permitiria aos Democratas impor grandes obstáculos a um possível segundo mandato de Trump ou, se Biden vencer, facilitar o governo do colega de partido.
No entanto, conforme a apuração avançava na quarta-feira (04/11), analistas avaliavam que candidatos Democratas estavam tendo um desempenho pior que o previsto nas duas casas.
Segundo as parciais, ainda que caminhe para manter sua maioria na Câmara dos Representantes, o Partido Democrata deverá perder alguns assentos para os rivais Republicanos.
E, no Senado, até o início da tarde de quarta (04/11), os Democratas haviam conseguido aumentar sua participação em apenas uma cadeira, empatando em número de assentos com os Republicanos, mas ficando numa posição mais difícil para obter a maioria.
Cinco vagas ainda estavam em disputa para a casa. Para conseguir o domínio, os Democratas precisavam vencer três vagas hoje ocupadas por senadores republicanos.
O resultado final só será conhecido em alguns meses, pois haverá segundo turno para pelo menos uma das vagas em disputa na Geórgia.
Ao todo, 35 vagas (de 100) do Senado estão em jogo nesta eleição, das quais 23 são hoje ocupadas por Republicanos, e 12, por Democratas.
Os senadores têm mandatos de seis anos, e, a cada dois anos, um terço dos assentos é posto em disputa. A reeleição é permitida sem limite de número de mandatos.
Por ora, houve mudança de cadeiras no Colorado, onde o senador republicano Cory Gardner, que tentava a reeleição, perdeu para o democrata John Hickenlooper; no Arizona, onde o ex-astronauta democrata Mark Kelly tirou a vaga da senadora Martha McSally; e no Alabama, onde o Republicano Tommy Tuberville assumiu a cadeira ocupada pelo democrata Doug Jones.
Na Câmara dos Representantes, um grupo de deputadas democratas progressistas, conhecidas como "o pelotão" (the squad), conseguiu se eleger: Alexandria Ocasio-Cortez, Ayanna Pressley, Rashida Tlaib e Ilhan Omar.
Também foram eleitos para a casa os dois primeiros deputados negros e abertamente gays: Ritchie Torres e Mondaire Jones, do partido Democrata de Nova York.
Já entre os Republicanos têm sido destacadas as vitórias de cinco candidatas conservadoras sobre deputadas democratas que buscavam a reeleição. Entraram na Câmara dos Representantes as republicanas Maria Elvira Salazar, da Flórida, Michelle Fischbach, de Minnesota, Stephanie Bice, de Oklahoma, Nancy Mace, da Carolina do Sul, e Yvette Herrell, do Novo México.
Outra importante vitória do partido foi a reeleição do atual líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, de Kentucky.
Risco de impeachment
A história mostra como a divisão de cadeiras no Congresso interfere no dia a dia de um presidente americano - e pode até mesmo ameaçar a conclusão de seu mandato.
Ao se eleger presidente, em 2016, Trump prometia erguer um muro ao longo de toda a fronteira dos EUA com o México. No entanto, em parte por conta de divergências com congressistas democratas, que barraram a liberação de recursos para a obra, o presidente jamais tirou a promessa do papel.
Congressistas democratas conseguiram barrar várias outras iniciativas de Trump.
Houve momentos ainda mais conflituosos na relação. Em dezembro de 2019, a Câmara dos Representante votou pelo impeachment de Trump, acusando-o de abuso de poder e obstrução do Congresso.
Porém, o Senado, de maioria Republicana, rejeitou a denúncia e manteve o presidente no Cargo.
Situação semelhante ocorreu em 1998 na presidência do democrata Bill Clinton. A Câmara votou pelo impeachment do presidente, mas o Senado, então sob maioria Democrata, o inocentou.
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