Topo

Esse conteúdo é antigo

Coreia do Sul se prepara para possível segunda onda de vírus

O país asiático chegou a registrar o segundo pior surto do mundo, mas conseguiu controlá-lo sem pesadas restrições - Xinhua
O país asiático chegou a registrar o segundo pior surto do mundo, mas conseguiu controlá-lo sem pesadas restrições Imagem: Xinhua

Kanga Kong e Heesu Lee

Da Bloomberg

15/06/2020 15h51

A Coreia do Sul se tornou um dos principais exemplos de sucesso de combate ao vírus do mundo, aprendendo com experiências passadas. Agora, usa as lições de novos focos para se preparar para o que autoridades dizem que será uma segunda onda inevitável.

O país asiático chegou a registrar o segundo pior surto do mundo, mas conseguiu controlá-lo sem precisar fechar cidades ou impor pesadas restrições às reuniões sociais.

Em vez disso, a Coreia lançou uma campanha em massa de testes e rastreamento apoiada em tecnologia, um subproduto das lições aprendidas com a amarga experiência com a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, em 2015. Os testes em massa e o rastreamento de contatos do país receberam elogios como modelo para lidar com o combate ao vírus.

Agora, o país adota a mesma abordagem, desta vez adquirindo experiência ao controlar uma série de surtos de vírus potencialmente perigosos em boates e centros de distribuição de varejo, à medida que se prepara para um aumento esperado de novas infecções quando o clima esfriar no outono do hemisfério norte. As medidas tomadas incluem a introdução do registro de entrada para boates e academias, exigindo aplicativos de rastreamento e monitoramento de saúde para visitantes estrangeiros e a instalação de máquinas de venda automática de máscaras em parques e metrôs.

"Aprendemos algumas coisas com a tendência do vírus", disse Kwon Jun-wook, vice-diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia, referindo-se aos surtos recentes. "Se estivermos totalmente preparados, podemos evitar o ressurgimento explosivo do coronavírus."

Vacina eficaz

A contenção da pandemia pela Coreia do Sul, embora a economia permaneça basicamente aberta, pode indicar um caminho para outros países que atualmente emergem das quarentenas. É um roteiro para conviver com o vírus, em vez de tentar eliminá-lo.

"A menos que haja uma vacina eficaz, o vírus não desaparecerá", disse Kim Yoon, professor de política e gerenciamento de saúde da Universidade Nacional de Seul. "Outra infecção em massa é possível, embora possamos lidar melhor com isso agora."

Embora a Coreia do Sul tenha superado o surto inicial, casos voltaram a ocorrer. O país registrou pelo menos 38 novas infecções todos os dias na semana passada, elevando o total para 12.003. Foram confirmadas 277 mortes. Na sexta-feira, autoridades de saúde sul-coreanas alertaram cidadãos para que não baixem a guarda, pois pequenos focos de infecções continuam a surgir.