Neonazistas acusados de planejar atentados vão a julgamento na Alemanha
Começou nesta segunda-feira (30/09) em Dresden o processo contra um suposto grupo neonazista acusado de planejar ataques na Alemanha. Oito homens entre 21 e 32 anos de idade são suspeitos de criar e participar de uma célula terrorista que planejava ações para provocar uma "mudança de sistema", a serem perpetradas em Berlim em 3 de outubro 2018, nos eventos de comemoração do Dia da Unidade Alemã. O julgamento, em que deverão ser ouvidas cerca de 75 testemunhas, deve durar pelo menos até abril de 2020.
Segundo os promotores, o grupo, autointitulado "Revolução Chemnitz", tinha como meta "exterminar" estrangeiros e rivais políticos. Em conversas na internet, a gangue teria planejado subverter a ordem democrática usando armas. No chat que levava o nome do movimento, eles pregavam contra o governo alemão e a chanceler federal Angela Merkel.
Cinco dos réus são acusados de atacar estrangeiros e um grupo de jovens em Chemnitz, em 14 de setembro de 2018, logo após uma manifestação do movimento extremista de direita Pro Chemnitz. Um iraquiano levou uma garrafada na cabeça, outro homem foi agredido fisicamente. Os investigadores afirmam que a iniciativa era uma espécie de "ensaio geral", destinado a aperfeiçoar a coordenação dos envolvidos em futuras ações da célula.
A principal delas previa uma "mudança de sistema" e uma "revolução com todas as consequências", a ser provocada durante os eventos de comemoração do Dia da Unidade Alemã. O "dia histórico" deveria se tornar, segundo a acusação, "um marco na história da Alemanha".
Para realizar a ação, os envolvidos já teriam encomendando armas de fogo. Entre os alvos, estariam "esquerdistas e zumbis da Merkel". Eram previstos também "atentados armados e letais contra aqueles considerados inimigos pelo grupo", ressaltaram os promotores.
Chemnitz, no Leste da Alemanha, próximo à fronteira com a República Tcheca, foi palco de protestos violentos de grupos neonazistas em agosto e setembro de 2018, após um homem morrer esfaqueado durante uma festa pública. Um sírio condenado pelo crime, mas que recorre da sentença, e um iraquiano, que continua foragido, são considerados autores do crime em que um alemão foi morto e outro homem ficou gravemente ferido.
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