Topo

Esse conteúdo é antigo

Foto de Fusca cercado de nazistas faz Volkswagen romper com loja no México

"[Imagem] mostra um regime que enfatizava o ódio e a discriminação", justificou a Volkswagen - Reprodução/Twitter
"[Imagem] mostra um regime que enfatizava o ódio e a discriminação", justificou a Volkswagen Imagem: Reprodução/Twitter

10/09/2020 14h55Atualizada em 10/09/2020 17h40

A montadora alemã Volkswagen rompeu nesta semana relações comerciais com uma de suas concessionárias no México por exibir em sua loja um pôster com uma fotografia antiga de um Fusca cercado por soldados nazistas e várias bandeiras com suásticas.

"Desaprovamos o uso da imagem vista nas instalações. Ela mostra um regime que enfatizava o ódio e a discriminação, em uma época da história que, felizmente, ficou para trás", declarou a subsidiária mexicana da Volkswagen em comunicado.

Uma mulher que visitara a loja, situada na Cidade do México, havia postado no fim de semana fotos do quadro no Twitter, cobrando medidas da montadora. A mensagem viralizou, dividindo opiniões na internet. Enquanto alguns defendiam que a ilustração apenas retratava um momento histórico para a marca, outros defendiam ser falta de respeito com a vítimas da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto.

"Felicitamos a Volkswagen do México por ter reagido rapidamente em memória das vítimas da barbárie nazista, como uma mensagem clara ao mundo", afirmou a última terça-feira (08), em nota, o escritório na América Latina do Centro Simon Wiesenthal, sediado em Buenos Aires.

A organização judaica, que se ocupa sobretudo da questão do Holocausto, havia apelado para que a montadora rompesse com a concessionária "para passar uma mensagem clara aos seus consumidores de que aprendeu com os erros do passado".

Antes de se converter num fenômeno automobilístico mundial, o Fusca teve suas origens na Alemanha nazista. O primeiro modelo foi desenvolvido pelo engenheiro austríaco Ferdinand Porsche, com o apoio de Adolf Hitler.

A Volkswagen e várias grandes empresas alemãs se submeteram nos últimos anos a um "exame de consciência", abrindo seus arquivos a historiadores para determinar seu papel durante o regime nazista.