EUA culpam China e Rússia por renúncia de Annan como mediador para Síria

Em Washington, nos EUA

O governo dos Estados Unidos culpou nesta quinta-feira a China e a Rússia pela renúncia de Kofi Annan como mediador para a Síria por causa da rejeição dos dois países a apoiar uma condenação ao regime de Bashar al Assad no Conselho de Segurança da ONU.

A crise na Síria em fotos
A crise na Síria em fotos

Apesar da "promessa" de cumprir o plano de paz traçado por Annan, o presidente Assad "continua assassinando brutalmente seu próprio povo", disse aos jornalistas o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, no Air Force One (aeronave presidencial) a caminho de Orlando (Flórida).

A demissão de Annan "põe em evidência o fracasso da China e da Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas em apoiar resoluções significativas contra Assad", ressaltou Carney.

China e Rússia bloquearam, em três ocasiões diferentes, resoluções de condenação ao regime de Assad apresentadas no Conselho de Segurança da ONU e apoiadas pelos EUA e outras potências ocidentais.

Annan anunciou nesta quinta-feira em entrevista coletiva em Genebra que deixará o cargo de enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria no dia 31 de agosto porque, segundo sua opinião, no atual momento de violência e divisão da comunidade internacional uma saída política para o país é impossível.

O presidente dos EUA, Barack Obama, está "muito agradecido" pelo esforços de Annan "para alcançar a paz na Síria" e para tentar estabelecer uma transição política.

Obama autorizou hoje o desembolso de mais US$12 milhões em ajuda humanitária à Síria, o que eleva a assistência americana deste tipo à US$76 milhões desde que começou o conflito no país, em março de 2011.

O anúncio acontece um dia depois de vários meios de comunicação informarem que Obama autorizou há alguns meses operações secretas da CIA e de outras agências americanas aos rebeldes sírios, informação sobre a qual a Casa Branca não se pronunciou.

O Departamento de Estado, por sua vez, afirmou na quarta-feira que os Estados Unidos mantêm um fundo de cerca de US$25 milhões para apoiar a oposição com material "não letal".

"Nossa posição não mudou. Proporcionamos assistência não letal à oposição. Não achamos que aumentar a quantidade de armas na Síria é a solução para conseguir uma transição pacífica", indicou Carney nesta quinta-feira.

O porta-voz de Obama afirmou que os Estados Unidos condenam "energicamente" as execuções sumárias cometidas por ambas partes na Síria, mas enfatizou que é importante levar em conta que o regime de Assad é responsável por uma quantidade "arrasadora" de vítimas civis.

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