Romney e Ryan unem suas mensagens contra Obama em 1º dia de campanha juntos

Norfolk/Washington, 11 ago (EFE).- O aspirante republicano à Casa Branca, Mitt Romney, e seu candidato a vice-presidente, Paul Ryan, dedicaram este sábado seu primeiro dia de campanha juntos a atacar em uníssono as políticas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de quem disseram que procura "dividir" o país.

Após a apresentação em sociedade de Ryan no começo do dia em um ato em Norfolk (Virgínia), Romney e o jovem congressista continuaram de viagem por este estado, essencial para ganhar em novembro e que Obama arrebatou os republicanos em 2008, com paradas nas localidades de Ashland e Manassas.

"A esperança e a mudança se transformaram em ataque e culpa", disse Ryan em um comício em Manassas, em alusão à campanha de Obama, que aspira à reeleição como candidato democrata.

O legislador por Wisconsin, voz respeitada em assuntos econômicos dentro do Partido Republicano e apoiado pelo movimento direitista Tea Party, afirmou que Obama não será capaz de ganhar a reeleição e, por isso, agora tenta "dividir" o país.

Romney, cuja campanha e a de Obama estão enredadas em uma guerra de anúncios de televisão negativos para desqualificar o rival, sustentou que o presidente está levando a disputa "ao ponto mais baixo" que possa lembrar.

Apenas algumas horas antes em Norfolk, rodeado de bandeiras e diante da imponente figura de uma embarcação de guerra, Romney anunciou finalmente e após muitos rumores que seu candidato à Vice-Presidência do país será Ryan.

Em um ato de efeito e carregado de simbologia patriótica, Romney disse se sentir orgulhoso de poder apresentar a Ryan como seu número dois e incidiu em várias ocasiões em que é um homem "com personalidade", "visão" e de "uma integridade inquestionável".

Com camisa, sem gravata, muito mais animado que em algumas ocasiões anteriores, o ex-governador de Massachusetts mostrou uma grande cumplicidade com Ryan e se permitiu rir de si mesmo após errar e apresentá-lo como "o próximo presidente dos Estados Unidos".

Arquiteto de um plano para reduzir o elevado déficit fiscal, oposto às propostas democratas, Ryan comentou por sua parte que está "comprometido em mente e coração" com o projeto de Romney.

A eleição de Ryan como o candidato a vice-presidente republicano procura motivar as bases mais conservadoras do partido e colocar os desafios fiscais e de redução do déficit no centro do debate na reta final da campanha nos EUA, segundo coincidem analistas e meios de imprensa.

Tudo aponta para que a batalha sobre como reduzir o avultado déficit dos EUA passe para um primeiro plano na disputa eleitoral e se antecipa inclusive mais difícil que a que quase obrigou o país há um ano a se declarar em moratória.

Da mesma forma que aconteceu com a candidatura a vice-presidente de Sarah Palin em 2008, se espera que Ryan ajude a mobilizar as bases conservadoras, as quais não estão convencidas de algumas posturas "moderadas" de Romney.

O núcleo de barões do Partido Republicano apoiou a decisão de Romney de apostar em Ryan, cuja nomeação acontece a duas semanas da convenção de Tampa (Flórida), onde será proclamado oficialmente a dupla que brigará pela Casa Branca.

Ao contrário, a campanha democrata alertou que a designação de Ryan e seu plano "radical" para reduzir o déficit levarão os republicanos a repetir os "erros catastróficos" que conduziram à crise econômica.

Este domingo Romney e Ryan prosseguirão com sua viagem eleitoral em ônibus pelos estados da Carolina do Norte e Wisconsin, onde nasceu o congressista, e depois se deslocarão para Flórida e Ohio.

Esses quatro estados e a Virgínia não se inclinam ainda por nenhum dos dois partidos, Obama venceu em todos em 2008 e voltarão a ser fundamentais para o resultado das eleições do dia 6 de novembro. EFE

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