Shimon Peres afirma que paz é a única alternativa para Oriente Médio

Em Vilna (Lituânia)

O presidente de Israel, Shimon Peres, ressaltou nesta quarta-feira (31) que "não há alternativa à paz" no conflito israelense-palestino e se mostrou confiante de que as negociações retomadas nesta semana terminem com sucesso.

"O terrorismo não tem nenhum sentido, não pode cozinhar pão nem dar o ar fresco que respiramos", disse Peres em entrevista coletiva depois de se reunir com a presidente lituana, Dalia Grybauskaité, durante visita oficial ao país báltico.

O presidente israelense acrescentou que seu país quer a paz não apenas com a Palestina, "mas com todos os países árabes", e embora o processo seja "difícil", ressaltou que é necessário.

Tensão entre palestinos e israelenses
Tensão entre palestinos e israelenses

Dalia disse que a União Europeia cumprimenta a retomada do diálogo direto entre israelenses e palestinos, depois de os negociadores dos dois lados terem fechado um plano para chegar ao acordo de paz nos próximos nove meses.

"Esperamos que essas negociações tragam resultado positivo e abram o caminho para acordos que permitirão criar dois Estados que convivam em paz", disse a governante.

Negociadores israelenses e palestinos acertaram ontem em Washington um plano de trabalho após dois dias de reuniões, sem deixar de fora nenhum dos assuntos mais conflituosos, para que as negociações comecem efetivamente no início de agosto.



As partes acordaram se comprometer com negociações prioritariamente nos assuntos-chave, e voltarão a se encontrar nas próximas duas semanas em Israel ou nos territórios palestinos para começar o processo de negociação formal.

Peres também parabenizou hoje a recente decisão da União Europeia de incluir o grupo libanês Hezbollah na lista de grupos terroristas. "Estou muito contente de os 28 países da UE adotarem a decisão de incluir o grupo Hezbollah na lista de organizações terroristas", disse o líder israelense em entrevista ao jornal "Lietuvos Rytas".

O acordo, adotado por unanimidade, passa a considerar a milícia xiita como um grupo terrorista, mas mantém a cooperação com o governo do Líbano, o diálogo com todas suas forças políticas e a provisão de ajuda financeira e humanitária.

A inclusão da organização na lista terrorista europeia representa a imposição de mais medidas de controle e um bloqueio dos ativos econômicos do grupo, e se rege por estritos procedimentos legais para permitir defender o caso nos tribunais.

Conheça os pontos básicos das negociações entre Israel e palestinos

ESTADO PALESTINO Os palestinos aspiram a um Estado plenamente soberano e independente na Cisjordânia e na faixa de Gaza, com a capital em Jerusalém Oriental.

Israel quer um Estado palestino desmilitarizado, uma presença militar no longo prazo no Vale da Cisjordânia da Jordânia e a manutenção do controle de seu espaço aéreo e das fronteiras exteriores.
FRONTEIRAS E ASSENTAMENTOS JUDEUS Os palestinos desejam que Israel saia dos territórios que ocupou após a Guerra dos Seis Dias de 1967 e desmantele por completo os assentamentos judeus.

Israel descarta voltar às fronteiras anteriores a 1967, mas está pronto para deixar algumas regiões da Cisjordânia, ao mesmo tempo em que anexa os maiores assentamentos, onde vivem cerca de 360 mil israelenses, incluindo alguns de Jerusalém Oriental.

Os palestinos pedem um congelamento do processo de colonização enquanto durarem as colonizações de paz.
JERUSALÉM Israel arrebatou a zona árabe de Jerusalém da Jordânia em 1967 e depois a anexou, uma medida que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional. Os israelenses consideram a cidade como sua capital "eterna e indivisível".

Os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental, lar de 280 mil palestinos e de mais de 200 mil israelenses, a capital de seu futuro Estado.
REFUGIADOS Há cerca de 5 milhões de palestinos registrados oficialmente como refugiados, a maioria deles descendentes dos 760 mil palestinos que foram expulsos de suas terras na criação do Estado de Israel, em 1948.

Os palestinos exigem que Israel reconheça seu "direito ao retorno" e pedem que durante as negociações de paz aceite o princípio da pertinência desta exigência, cuja concretização seria acordada entre as duas partes.

Israel rejeita o direito ao retorno. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu quer, por sua vez, que os palestinos reconheçam o Estado de Israel como "o estado do povo judeu".
ÁGUA Israel controla a maioria das fontes subterrâneas da Cisjordânia. Os palestinos querem uma distribuição mais igualitária do recurso.

 

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