Maduro rechaça pedido de intervenção militar e diz que continuará no poder
Caracas, 11 jan (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rechaçou nesta sexta-feira o pedido de intervenção militar feito pelo presidente da Assembleia Nacional - parlamento cujos deputados são opositores ao governo - para tirá-lo do poder, e afirmou que continuará à frente do cargo, apesar da reprovação de boa parte da comunidade internacional.
"Lá eles fazem o seu show, o seu jogo e seu escárbio, porque zombam do seu próprio povo. Aqui nós (continuamos) com o nosso trabalho, temos muito trabalho a fazer. Continuarei cumprindo as minhas funções, para as quais vocês me elegeram, com firmeza, com coragem", disse Maduro a jornalistas no Palácio de Miraflores, sede do governo.
Maduro tomou posse ontem de um novo mandato de seis anos, cuja legitimidade é questionada pela oposição e a comunidade internacional, que classificaram o pleito realizado em maio do ano passado e a permanência do governante no poder como "fraudulentos".
Hoje, a Assembleia Nacional, único poder controlado pela oposição, realizou uma sessão na qual o presidente da Casa, Juan Guaidó, pediu intervenção militar, civil e estrangeira na Venezuela, pois, de acordo com ele, o poder foi "usurpado" por Maduro.
"O povo da Venezuela, as Forças Armadas, a comunidade internacional devem nos levar a assumir claramente o mandato que não vamos desperdiçar, que vamos exercer", disse o deputado, que prometeu defender a Constituição.
Maduro, porém, reiterou que estas declarações representam uma tentativa de desestabilizar o novo mandato e que foram feitas pelo "mesmo grupo que dirigiu as guarimbas", em referência aos protestos violentos que sacudiram o país durante 2017 e tiveram saldo de mais de 100 mortes.
"Enquanto estamos trabalhando todo o tempo, há mentes loucas, mentes improvisadas, mentes imaturas que estão à frente da oposição, vendo o que inventar, desesperadas", acrescentou. EFE
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