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EUA têm protestos em mais de 70 cidades contra ataque de Trump ao Irã

Manifestantes se reúnem na Times Square, em Nova York, em protesto contra ataque dos EUA ao Irã - Eduardo Munoz/Reuters
Manifestantes se reúnem na Times Square, em Nova York, em protesto contra ataque dos EUA ao Irã Imagem: Eduardo Munoz/Reuters

04/01/2020 20h14Atualizada em 04/01/2020 23h16

Beatriz Pascual e Nora Quintanilla.

Washington/Nova York, 4 jan (EFE) — Milhares de pessoas foram às ruas de 70 cidades dos Estados Unidos neste sábado para pedir a saída de militares americanos do Oriente Médio e criticar o ataque ordenado pelo presidente do país, Donald Trump, para matar o general Qassim Suleimani, comandante da Força Quds, divisão de elite da Guarda Revolucionária do Irã.

Na Lafayette Square, praça que fica em frente à Casa Branca, cerca de 300 pessoas se reuniram em um protesto contra a decisão do governo. Entre os manifestantes estava a atriz Jane Fonda, de 82 anos, presa várias vezes nos últimos dias em atos contra a crise climática.

"O movimento climático e o movimento pacifista devem se tornar um único movimento. As pessoas mais jovens deveriam saber que todas as guerras lutadas desde que elas nasceram, todas, foram por petróleo. Não podemos perder mais vidas, matar mais pessoas e arruinar o meio ambiente pelo petróleo", pediu a atriz.

Entre os manifestantes havia crianças, idosos e muitos jovens que exibiam cartazes com imagens que ridicularizavam Trump ou com mensagens que pediam a saída dos cerca de 70 mil soldados dos Estados Unidos que atualmente estão no Oriente Médio.

As manifestações em todo o país foram convocadas por dois grupos pacifistas — Answer Coalition e Code Pink — que ganharam popularidade depois da invasão do Iraque em 2003.

Manifestações em todo o país

Cidades como Nova York e Miami também registraram protestos contra o ataque de Trump ao Irã, mas a participação foi menor do que a manifestação organizada em Washington.

Em Nova York, os manifestantes protestaram na Times Square perto dos escritórios de recrutamento do Exército dos EUA no local.

O prefeito da cidade, Bill de Blasio, mandou reforçar a segurança em pontos turísticos e áreas-chave de Nova York com medo de ataques do Irã em represália à morte de Soleimani.

Prova do reforço era que havia quase tantos policiais que manifestantes no ato organizado na Times Square, um dos locais mais visitados por turistas que viajam a Nova York.

A presidente da Veterans for Peace (Veteranos pela Paz), Susan Schnoll, ex-integrante da Marinha, disse à Agência Efe que esperava uma maior participação. Ela afirmou que teme o pior por considerar que os Estados Unidos estão à beira de uma guerra com o Irã.

"Isso é um jogo para o presidente Trump. Ele usa o governo para fazer o que quiser", afirmou ela, em referência ao ataque a Suleimani.

Em Miami, os manifestantes mostravam cartazes que pediam para que o governo enviasse os jovens soldados para as universidades, não para a guerra.