SIP denuncia escalada de ataques de Bolsonaro contra a imprensa no país
São Paulo, 19 out (EFE).- A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) denunciou nesta terça-feira a escalada da "postura agressiva" no Brasil do governo de Jair Bolsonaro contra os profissionais da imprensa e a impunidade dos crimes cometidos contra eles.
No relatório sobre o Brasil apresentado na 77ª Assembleia Geral da SIP, que começou hoje de forma virtual e vai até a próxima sexta-feira, a entidade destacou que Bolsonaro e seus aliados "continuam atacando a atividade jornalística e alimentando narrativas anti-imprensa que as redes sociais replicam".
Também denunciou que, desde que assumiu o poder, em janeiro de 2019, o governo Bolsonaro tem procurado, embora sem sucesso até o momento, acabar com a legislação sobre a publicação em jornais de balanços e editais de empresas, com o objetivo de "prejudicar financeiramente o setor".
A SIP destacou que, no ano passado, a atividade jornalística no país foi marcada por um clima de "intolerância e agressividade", onde foram registrados inúmeros casos de agressão e intimidação de jornalistas e meios de comunicação, bem como de censura.
"Tem havido frequentes ataques físicos ou verbais por apoiantes do presidente contra repórteres, cinegrafistas e fotógrafos que cobrem manifestações públicas de apoio ao governo", sublinhou a entidade na reportagem.
Nesse contexto, o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, destacou, citado no documento, que a diferença entre "regimes democráticos e autocráticos está na forma como lidam com a imprensa livre".
"Os ataques sistemáticos do presidente Jair Bolsonaro e as tentativas de enfraquecer economicamente os meios de comunicação indicam que, no Brasil, o governo busca adotar um modelo semelhante ao da Venezuela, das Filipinas, da Turquia e de outros regimes que não convivem bem com a liberdade de imprensa", frisou.
A SIP também lembrou vários dos recentes ataques físicos e verbais perpetrados contra jornalistas, incluindo o que culminou com a morte do diretor-redator Eranildo Cruz, do jornal "Tribuna Regional", que "foi encontrado morto, com as mãos amarradas e sinais de tortura", no estado do Pará, em 6 de setembro. EFE
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