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Blinken diz que responsáveis por mortes em Bucha responderão cedo ou tarde

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reúne com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, em Riga, Letônia, em 7 de março de 2022 - Olivier Douliery/Reuters
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reúne com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, em Riga, Letônia, em 7 de março de 2022 Imagem: Olivier Douliery/Reuters

07/04/2022 21h58Atualizada em 07/04/2022 22h11

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou nesta quinta-feira que os responsáveis pela matança de civis na cidade de Bucha, na Ucrânia, terão que responder à justiça, mesmo que leve muito tempo para coletar as provas e montar o caso.

"No que se refere a Bucha, atrocidades e crimes de guerra, a responsabilização, por si só, é absolutamente necessária", disse Blinken em entrevista coletiva após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da Otan em Bruxelas.

De acordo com Blinken, em outros conflitos passados também foram cometidas "atrocidades, crimes de guerra", e houve determinação para "obter provas, obter os fatos, construir o caso".

"Fomos capazes de conseguir. Algumas vezes levou muito tempo, os conflitos terminaram, muitas vezes através da diplomacia, mas a responsabilização veio. Às vezes, só se chegou a uma conclusão muitos anos após o fim do conflito. Um dia, de alguma forma, haverá responsabilização", analisou.

Blinken recordou que os EUA, antes de a Rússia iniciar a invasão à Ucrânia, já tinham dito que a ofensiva ocorresse, parte dela consistiria em cometer "atrocidades, atingir indivíduos, cometer os tipos de crimes que estamos vendo agora para aterrorizar a população civil".

"Fez sempre parte do plano de jogo. A cada dia que passa, há cada vez mais relatos críveis de violações, assassinatos e tortura, e para cada Bucha há muitas mais cidades que a Rússia ocupou e muitas mais cidades que a Rússia ainda ocupa, lugares onde temos de assumir que os soldados russos estão cometendo mais atrocidades neste momento", criticou.

O representante americano disse que em Bucha uma mulher explicou como militares russos forçaram ela e outras 40 pessoas a se reunirem em uma praça onde também trouxeram cinco jovens homens para se ajoelharem.

Segundo a versão da mulher, um soldado russo atirou na cabeça de um dos jovens e depois disse que o morto era "sujo" e que os invasores estavam lá para "limpar a sujeira deles".

"Essa é apenas uma pessoa que os soldados russos mataram em Bucha", enfatizou. Segundo o procurador geral ucraniano, já foram encontrados 410 cadáveres de civis mortos em uma só cidade".

Blinken garantiu que os EUA continuam trabalhando "de uma forma metódica para coletar, preservar e analisar provas de atrocidades e para disponibilizar esta informação às agências apropriadas".

Sobre a decisão dos países da ONU de suspender a participação da Rússia no Conselho de Direitos Humanos, Blinken disse que um país que está "cometendo violações graves e sistemáticas dos direitos humanos não deve ter assento em um órgão cuja função é proteger esses direitos".

"Hoje, os erros foram corrigidos", opinou.

A União Europeia (UE) prepara uma nova rodada de sanções, incluindo um embargo ao carvão russo. Blinken enfatizou que a dependência da Europa do gás russo, "em particular, também com o petróleo", tem crescido há muitos anos.

"O que estou ouvindo muito claramente é um compromisso para acabar com essa dependência. Temos visto repetidamente a Rússia utilizar a energia como arma e, claro, os lucros que obtém com a venda da sua energia estão agora ajudando a alimentar a agressão contra a Ucrânia", relacionou.