Rússia x Ucrânia: Suspensão na ONU e 'última chance' de fuga marcam 43º dia
Nesta quinta-feira (7), 43º dia de invasão à Ucrânia, a Rússia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas). É a primeira vez na história que isso ocorre com um país que ocupa assento permanente no Conselho de Segurança da organização.
Por trás da decisão está a acusação de que tropas russas seriam responsável pelo massacre de Bucha, cidade a 37 km de Kiev, onde centenas de corpos foram encontrados pelas ruas após a retirada. Os russos negam a autoria dos ataques e acusam os ucranianos de terem encenado o ocorrido. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ontem que se trata de uma "provocação grosseira e cínica".
A agência de inteligência alemã BND interceptou trocas de mensagens atribuídas a soldados russos. Segundo o governo alemão, eles falavam sobre as mortes em Bucha e combinavam ataques a civis. Ontem, o jornal "The New York Times" divulgou vídeos que mostravam soldados russos atirando contra civis na cidade.
Após visitar Bucha na tarde de hoje, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, declarou que é necessário realizar uma investigação oficial para entender o que aconteceu na cidade.
Bucha decretou hoje toque de recolher em diversos distritos para limpar as ruas e remover minas terrestres. No distrito de Hostomel o toque de recolher terá duração de sete dias e está previsto para terminar em 14 de abril.
Suspensão da Rússia
A suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU ocorreu com a aprovação de 93 países; 24 foram contrários e outros 58 se abstiveram na votação, incluindo o Brasil. De acordo com o Itamaraty, o país decidiu se abster para evitar a "polarização e politização" do tema.
Embaixador da Rússia na ONU, Gennady Gatilov afirmou que a decisão acata a "chantagem" de países do Ocidente e "mina a credibilidade" do órgão.
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, afirmou hoje que o papa Francisco não tomará um lado caso visite Kiev. Ontem (6), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que o pontífice viajasse até o país.
Apesar da fala do secretário, o papa já deu algumas declarações pró-Ucrânia e chegou a exigir uma bandeira do país durante uma audiência feita ontem.
O Parlamento Europeu discute a imposição de um embargo às importações de petróleo e gás da Rússia. O assunto será debatido na segunda-feira (11) em reunião entre os ministros de países da União Europeia.
'Última chance' de fuga
Mais cedo, a Ucrânia anunciou a abertura de dez corredores humanitários para a fuga de civis. O governo também alertou a população para que fuja do leste do país o quanto antes e afirmou que os próximos dias podem ser "a última chance" de escapar da região.
Trens que retiram pessoas do leste foram bloqueados pelo bombardeio russo da única linha ferroviária ainda sob controle ucraniano.
O diretor das ferrovias ucranianas, Olexandre Kamishin, divulgou que três locomotivas foram bloqueadas em Sloviansk e Kramatorsk. Os passageiros foram deslocados dos trens para as estações até que os ataques sejam cessados, informou Kamishin.
Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov admitiu, em entrevista à Sky News, que a Rússia sofreu baixas importantes na Ucrânia. No entanto, ele não declarou quantos militares foram mortos desde o início da ofensiva.
No dia 25 de março, o governo russo havia reconhecido a perda de 1.351 soldados na guerra.
Com informações de AFP, ANSA, EFE e Reuters
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