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EUA, Brasil e mais 18 países assinam declaração para conter crise migratória

Após encontro com Biden, Bolsonaro disse que ficou "maravilhado" - Alan Santos/PR
Após encontro com Biden, Bolsonaro disse que ficou 'maravilhado' Imagem: Alan Santos/PR

10/06/2022 22h10Atualizada em 10/06/2022 22h24

Los Angeles (EUA), 10 jun (EFE).- Estados Unidos, Brasil e mais 18 países do continente americano, incluindo o México e várias nações centro-americanas, aderiram nesta sexta-feira a uma declaração com compromissos concretos para conter a crise migratória na região.

A cerimônia de assinatura da chamada "Declaração de Los Angeles sobre Migração e Proteção" foi conduzida pelo presidente americano, Joe Biden, durante o último dia da 9ª Cúpula das Américas, que reúne líderes de todo o continente em Los Angeles.

"Nenhuma nação deve assumir essa responsabilidade sozinha", disse Biden, que destacou que não apenas a imigração irregular para os EUA está aumentando, mas que "milhões" de venezuelanos chegaram à Colômbia e que os imigrantes agora representam "10% da população da Costa Rica".

Para aliviar a pressão gerada por esses fluxos, os países signatários se comprometeram, entre outras coisas, a ampliar as oportunidades de migrar legalmente para conter a chegada de imigrantes indocumentados na fronteira sul dos Estados Unidos, que continua aumentando.

"Precisamos parar com as formas perigosas e ilegais como as pessoas estão migrando. A imigração ilegal não é aceitável, e vamos proteger nossas fronteiras", destacou Biden.

Os Estados Unidos prometeram aumentar até 20.000 sua cota de refugiados das Américas para 2023 e 2024, com prioridade especial para os do Haiti, assim como continuar aceitando trabalhadores temporários não agrícolas da América Central e a prevenir "abusos" em suas contratações.

A declaração foi assinada por Estados Unidos, Brasil, Argentina, Barbados, Belize, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.

Entre aqueles que não o assinaram estão três países de origem de muitos dos imigrantes indocumentados que atravessam o continente: Cuba, Venezuela e Nicarágua, que o governo dos EUA decidiu não convidar para a Cúpula das Américas por considerar que não são democráticos.

Biden agradeceu particularmente os compromissos assumidos por Costa Rica, Equador, México, Guatemala, Canadá e Espanha, país que participou da cúpula como observador, representado pela secretária de Estado de Cooperação Internacional, Pilar Cancela.

A Espanha se comprometeu a "duplicar" o número de vias legais para trabalhadores hondurenhos participarem dos programas de migração circular da Espanha, segundo a Casa Branca.

O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, também falou no evento, enfatizando a necessidade de promover "uma agenda de desenvolvimento integral que tenha o ser humano no centro".

"É urgente promover oportunidades de desenvolvimento nos países de origem, por um lado, e por outro, promover ações para identificar e desmantelar as máfias internacionais que controlam a imigração irregular", salientou.