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Nós Negros: Naruna Costa critica estereótipos de mulheres negras na tv

Naruna Costa participa do "Desculpa Alguma Coisa", gravado no Universa Talks - Mariana Pekin/UOL
Naruna Costa participa do "Desculpa Alguma Coisa", gravado no Universa Talks Imagem: Mariana Pekin/UOL

Do UOL, em São Paulo

30/06/2023 08h00

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A atriz e cantora Naruna Costa acumula mais de 15 anos de experiência nos palcos e na TV. Nascida e criada na periferia do município de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, ela ingressou na faculdade de artes dramáticas da USP, em 2005, fez parte da fundação do Grupo Espaço Clariô de Teatro e do trio musical Clarianas.

Entre as personagens que mais se destacam ao longo de sua carreira está Cristina, de Irmandade, série brasileira da Netflix. A personagem é uma advogada que trabalha no Ministério Público e descobre que seu irmão, desaparecido há anos, está preso e é o líder de uma facção criminosa em ascensão nos anos 1990. A Universa, Naruna comentou que a personagem era definida pelos dilemas: "Isso é apaixonante, poucas personagens negras têm essa profundidade no Brasil".

Durante sua participação no programa "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Universa com Tati Bernardi, gravado na última semana no Universa Talks, Naruna comentou como ainda é difícil quebrar o estereótipo de guerreira das personagens destinadas às mulheres negras. "Mulher negra, guerreira. Tenho preguiça porque acho que a gente pode passear por inúmeras subjetividades".

Separando a dramaturgia da vida real, no entanto, a atriz pontua a importância de se revezar entre a força e o autocuidado. "A gente é guerreira mesmo, tem que ser em várias frentes, mas é tão importante quanto poder descansar e se cuidar também, olhar para si."

"É necessário se politizar. Em todas produções audiovisuais de que participo sei que não estou indo sozinha, que estou representando muita gente, que aquilo significa muito sobre o imaginário que foi construído das mulheres negras no Brasil."
Naruna Costa

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LEGADO... De Xica da Silva à luta antirracista, a atriz Zezé Motta coleciona ações que evidenciam as histórias do povo negro. Na coluna Presença Histórica, o historiador Itan Cruz fala mais sobre a trajetória da artista.

MÚSICA... A cantora Teresa Cristina já foi considerada a 'rainha das lives' durante a pandemia, mas parou com as transmissões. O motivo? Os ataques racistas que sofria de internautas. Ela conta mais detalhes em Splash Entrevista, comandado por Zeca Camargo.

CARREIRA... Diogo Almeida, 38, atua desde os 11 anos, mas só agora ganhou a oportunidade de viver um grande personagem na TV, o médico Orlando, protagonista de "Amor Perfeito". Em Splash, ele fala mais sobre a experiência de ser o novo galã da Globo.

SELO PLURAL... Para ter um CEP, moradores fizeram uma vaquinha e asfaltaram a principal rua da Favela da Muriçoca, na zona sul de São Paulo. Os moradores contam que a ausência de CEP prejudica, não só o recebimento de correspondências, mas o acesso a direitos sociais.

Leia mais:

PEGA A VISÃO

"A prostituição para as mulheres pretas, não alfabetizadas, não é uma opção, mas uma condição. (...) Uma vez a perguntaram se a prostituição era a profissão mais antiga do mundo. Ela [Cleone] respondeu que era a escravidão mais antiga"
Cinthia Abreu, da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo

Cleone dos Santos foi uma das fundadoras da ONG Mulheres da Luz, grupo de auxílio às mulheres que vivem em situação de prostituição. Por seu trabalho, ganhou em 2019 o prêmio Heleieth Saffioti, que homenageia mulheres e entidades que combatem a discriminação social, sexual e racial, na Câmara Municipal de São Paulo. A ativista faleceu em maio deste ano, aos 65 anos. Amigas e parceiras contaram a Ecoa sobre seu legado.

A HISTÓRIA DA HISTÓRIA

João Cândido, o Almirante Negro, liderou uma revolta em 1910 contra a Marinha. O acontecimento ficou conhecido como a Revolta da Chibata e Cândido se tornou um dos personagens mais respeitados da história brasileira. Saiba mais.

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