Após reações, 'PL do Estuprador' pode ficar para o pós-eleições municipais
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Cinco dias depois de a Câmara ter aprovado a urgência da tramitação do chamado "PL do Estuprador", o projeto de lei parece ter perdido apoio e pode ter sua votação em plenário adiada.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende deixar a votação para depois das eleições municipais, decisão que é apoiada pelo governo federal, informa Raquel Landim. Segundo um interlocutor, a discussão "não interessa a ninguém" agora.
Josias de Souza saudou a opinião pública, que, segundo ele, finalmente se levantou contra um projeto "arcaico", que "retrocede em relação a direitos adquiridos pelas mulheres há mais de oito décadas".
Para o jornalista Ricardo Kotscho, é hora de reagir diante da avalanche de retrocessos que ameaça jogar o Brasil na Idade Média. "É algo tão avassalador que, nas últimas semanas, o governo simplesmente desapareceu das discussões sobre estas pautas parlamentares anticivilizatórias", critica.
Para Tales Faria, Lira "prestou um serviço" ao campo progressista ao pautar o PL, e a reação contrária "não era esperada nem por ele". Mas Tales ressalta que, como Lira é um cumpridor de acordos -no caso, o feito com a bancada evangélica-, ele deve colocar o projeto em votação após as eleições municipais.
E Reinaldo Azevedo ressalta a necessidade de o governo federal agir contra o PL, mas tendo o cuidado para não cair na armadilha de "picaretas e vagabundos" que querem se aproveitar da desgraça de meninas pobres com propósitos políticos. "O protagonismo da luta contra o PL dos Estupradores tem de continuar a ser da sociedade", diz.
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