Propostas de Obama e Romney para estimular a economia dos EUA

A saúde da economia norte-americana foi central na campanha pela Casa Branca. Tanto o presidente Barack Obama quanto o candidato republicano, Mitt Romney, tentam convencer os eleitores de que têm um plano para estimular o crescimento rápido e a criação de empregos.

A economia tem apresentado dificuldades para romper o ritmo de crescimento anual para acima de 2 por cento desde a recessão de 2007-2009, e o desemprego permanece alto, em 7,9 por cento.

Cerca de 23 milhões de norte-americanos estão desempregados, trabalhando apenas meio período, embora buscando um trabalho de período integral, ou querem um emprego, mas desistiram de procurar por um.

Abaixo estão os principais planos de Obama e de Romney para a economia:

EMPREGOS

Obama diz que seu plano para os empregos fortalecerá a indústria norte-americana, estimulará os pequenos negócios, melhorará a qualidade da educação e tornará o país menos dependente do petróleo estrangeiro. Ele prevê a criação de 1 milhão de empregos novos na indústria até 2016 e mais de 600 mil empregos no setor de gás natural, assim como a contratação de 100 mil professores de ciências e matemática.

O conserto e a substituição de estradas, pontes, passarelas e escolas antigas são parte desse plano para colocar os norte-americanos de volta no trabalho. Metade do dinheiro economizado com o término das guerras no Iraque e no Afeganistão será usada para financiar projetos de infraestrutura.

Romney prometeu criar 12 milhões de empregos em seu primeiro mandato, ou seja, cerca de 250 mil empregos por mês. Os economistas dizem que a economia provavelmente vai gerar essa quantidade de empregos de qualquer forma.

O plano dele concentra-se na reforma tributária, levando a economia em direção à independência energética, cortando as regulamentações e estimulando o comércio, em especial reduzindo as barreiras comerciais com a China.

Romney diz que Obama não tem sido agressivo o bastante ao desafiar as práticas comerciais chinesas injustas e que usará a ameaça de impor sanções dos EUA e uma ação coordenada com aliados para forçar a China a obedecer as regras globais do comércio.

HABITAÇÃO

Embora a crise do setor imobiliário esteja no centro dos problemas econômicos dos EUA, Obama e Romney não divulgaram planos detalhados sobre como vão tratar disso.

Obama tem promovido ações para ajudar os mutuários em dificuldades a refinanciar e a receber taxas de juros mais baixas, mas as iniciativas têm ficado muito aquém do mercado originalmente previsto.

Ele tem brigado com o regulador independente das companhias Fannie Mae e Freddie Mac, controlada pelo governo, Edward DeMarco, tentando convencê-lo a permitir que essas empresas de crédito imobiliário reduzam o principal para mutuários que devem mais do que suas casas valem. É improvável que ocorra uma resolução rápida para o impasse depois da eleição.

Romney disse em um momento durante a campanha que o mercado imobiliário precisa chegar ao fundo do poço por conta própria, sem intervenção do governo e deu poucas pistas sobre sua provável abordagem das execuções hipotecárias.

Democratas e republicanos concordam que a mão pesada do governo no mercado hipotecário deve ser reduzida, mas nenhum dos candidatos apresentou um plano de como fazer isso.

O FEDERAL RESERVE

É de se esperar que Obama proponha um terceiro mandato ao presidente do Fed Ben Bernanke caso ele queira, mas os observadores do Fed acreditam que o ex-professor de Princeton prefira deixar o cargo após oito anos cansativos no emprego. O mandato de Bernanke como chairman vence no dia 31 de janeiro de 2014.

A vice-presidente do Fed, Janet Yellen, é considerada uma das principais candidatas a suceder Bernanke e seria ao menos tão tranquila quanto ele em termos de estar preparada para manter uma política monetária superestimulante até que o mercado de trabalho tenha melhorado substancialmente.

Romney disse explicitamente que não indicará Bernanke a um terceiro mandato. Observadores do Fed acreditam que quem quer que seja escolhido por Romney será um pouco mais agressivo que Bernanke em termos de prontidão para elevar as taxas de juros para controlar a inflação.

Os assessores de Romney Glenn Hubbard, Greg Mankiw e John Taylor são considerados candidatos em potencial para substituir Bernanke. Hubbard e Mankiw poderão ser um pouco mais agressivos que o atual presidente, mas não muito, e nenhum dos dois provavelmente iniciaria uma campanha agressiva de endurecimento logo ao chegar. Taylor, entretanto, tem criticado a posição política do Fed sob o comando de Bernanke, dizendo que ela é muito frouxa.

POLÍTICA FISCAL

Obama propôs cortar o déficit orçamentário do governo em mais de 4 trilhões ao longo da próxima década, deixando que os cortes de impostos aos norte-americanos de renda superior promovidos durante o governo de George W. Bush vençam e eliminando os meios de evasão. Metade do dinheiro poupado com o término das guerras no Iraque e do Afeganistão será usada para reduzir o déficit.

Romney quer cortar as taxas marginais de impostos a indivíduos em 20 por cento e ampliar a base de impostos fechando os meios de evasão. Ele manterá todos os cortes de impostos de Bush dentro de um plano que diz ser neutro em termos de receita.

Obama disse que os números não fecham. Romney também afirmou que quer reduzir os gastos federais para 20 por cento do PIB norte-americano ao longo de quarto anos a partir do nível atual de cerca de 24 por cento.

Ambos querem reduzir os impostos para as empresas, embora Romney diga que reduzirá mais.

(Reportagem de Lucia Mutikani, Alister Bull, Doug Palmer, Margaret Chadbourn e Sarah N. Lynch)

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