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Trump faz aceno diplomático ao Irã após visita de chanceler iraniano à cúpula do G7

O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma conferência de imprensa durante a cúpula do G7 em Biarritz, na França - Christian Hartmann/Reuters
O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma conferência de imprensa durante a cúpula do G7 em Biarritz, na França Imagem: Christian Hartmann/Reuters

Por Jeff Mason e John Irish

Em Biarritz (França)

26/08/2019 12h08

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parece ter deixado uma janela aberta à diplomacia com o Irã hoje depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, levou o ministro das Relações Exteriores iraniano à cúpula do G7 na tentativa de reduzir as tensões entre Washington e Teerã.

Líderes europeus têm enfrentado dificuldades para apaziguar o confronto crescente entre o Irã e os EUA desde que Trump retirou seu país de um acordo nuclear de potências mundiais com Teerã e reativou sanções contra a economia iraniana.

Mas Macron passou o verão tentando criar as condições para uma calmaria para levar os dois lados de volta à mesa de negociação.

Estes esforços tiveram uma guinada surpreendente no domingo, quando o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, que também é alvo de sanções norte-americanas, voou à cidade litorânea francesa de Biarritz, cenário do encontro dos líderes do G7.

Zarif conversou com Macron e com autoridades britânicas e alemãs antes de voltar para casa. Embora tenha criado um possível campo minado diplomático, a manobra de Macron e Zarif parece ter funcionado por ora, já que nesta segunda-feira Trump endossou a iniciativa do colega da França e abrandou sua retórica normalmente áspera contra o Irã.

Embora reafirmando a meta norte-americana de obter amplas concessões de segurança do Irã, Trump disse aos repórteres na cúpula que quer ver "um Irã realmente bom, realmente forte, não estamos buscando uma mudança de regime".

"Sabia que (Zarif) estava vindo e respeitei o fato de que estava vindo. Queremos tornar o Irã rico novamente, que sejam ricos, que se saiam bem, se quiserem", disse Trump.

O acordo de 2015 entre o Irã e seis potências mundiais, firmado quando o antecessor de Trump, Barack Obama, estava no cargo, almejava conter o programa iraniano de enriquecimento de urânio em troca da suspensão de muitas sanções internacionais ao regime.

Desde que o abandonou, no ano passado, Trump adotou uma política de "pressão máxima" para tentar forçar o Irã a aceitar conversas mais amplas de forma a restringir seu programa de mísseis balísticos e acabar com seu apoio a forças que atuam em seu nome em todo o Oriente Médio.

"O que queremos é muito simples. (Ele também) tem que ser não-nuclear", disse Trump. "Conversaremos sobre mísseis balísticos... sobre o cronograma. Mas eles (Irã) têm que parar com o terrorismo. Acho que eles mudarão, realmente acho."