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Óleo no mar do Nordeste provavelmente é originário da Venezuela, diz Salles

Da Reuters*

09/10/2019 12h28Atualizada em 09/10/2019 16h00

O petróleo que tem atingido dezenas de praias no Nordeste muito provavelmente é de origem venezuelana e deve ter vindo do derramamento "acidental ou não" de um navio perto da costa brasileira, disse hoje o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

"Esse petróleo que está vindo muito provavelmente é da Venezuela, como disse o estudo do Petrobras. É um petróleo que vem de um navio estrangeiro, ao que tudo indica, navegando perto da costa brasileira, com derramamento acidental ou não", disse Salles em audiência na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.

O ministro admitiu que há "enorme dificuldade de conter" as manchas de óleo, mas disse que não se trata de uma "inação dos órgãos públicos".

Reportagem de hoje do jornal "O Estado de S. Paulo" já trazia detalhes do relatório elaborado pela Petrobras e pela Marinha do Brasil. Segundo as investigações sigilosas, foi encontrado petróleo com a mesma "assinatura" do óleo da Venezuela em manchas que se espalharam até agora por pelo menos 138 pontos do litoral dos nove estados do Nordeste. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse não descartar uma ação criminosa.

A conclusão já foi informada ao Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Mas não é possível dizer que todo o vazamento que atinge praias tem a mesma origem. A Marinha e a Polícia Federal analisam amostras e não deram informações oficiais.

O jornal questionou a Petrobras sobre a possível presença de óleo da Venezuela nas instalações da refinaria Abreu e Lima, estrutura que, em princípio, seria construída com a parceria da estatal PDVSA. A Petrobras informou que nunca processou óleo de origem venezuelana em Abreu e Lima.

Por meio de nota, a estatal declarou que a análise realizada pela empresa em amostras de petróleo cru encontrado em praias do Nordeste "atestou, por meio da observação de moléculas específicas, que a família de compostos orgânicos do material encontrada não é compatível com a dos óleos produzidos e comercializados pela companhia". Os testes foram realizados nos laboratórios do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio.

O "Estado" procurou a estatal PDVSA, que não se pronunciou.

Em nota, a Marinha disse ter empenhado 1.583 militares, cinco navios e uma aeronave nessas operações de análise e monitoramento. A Marinha ainda classificou a ocorrência como "inédita".

*Com informações do jornal "O Estado de S. Paulo".