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Em telefonema a Macron, Putin não indicou preparar uma invasão, diz funcionário da presidência francesa

07.fev.22 - O presidente russo Vladimir Putin participa de uma reunião com o presidente francês Emmanuel Macron em Moscou, Rússia - SPUTNIK/via REUTERS
07.fev.22 - O presidente russo Vladimir Putin participa de uma reunião com o presidente francês Emmanuel Macron em Moscou, Rússia Imagem: SPUTNIK/via REUTERS

12/02/2022 15h58

O presidente russo, Vladimir Putin, não deu nenhuma indicação em uma ligação telefônica com o presidente francês Emmanuel Macron neste sábado de que estava se preparando para invadir a Ucrânia, disse uma autoridade da presidência francesa.

Os dois líderes falaram em um momento de alta tensão sobre a concentração de soldados russos perto da fronteira ucraniana, com Washington dizendo na sexta-feira que Moscou pode invadir a qualquer momento. A Rússia negou que planeja invadir.

"Não vemos nenhuma indicação no que o presidente Putin diz que vai partir para a ofensiva", disse a autoridade a repórteres depois que Macron e Putin falaram ao telefone por quase 90 minutos.

"No entanto, estamos extremamente vigilantes e alertas à postura russa (militar) para evitar o pior".

Separadamente, o Kremlin disse que Putin destacou durante a ligação com Macron a "falta de uma resposta substantiva dos Estados Unidos e da OTAN a iniciativas russas conhecidas". Isso se referia a uma série de exigências de segurança russas, incluindo a de impedir a Ucrânia de ingressar na Otan.

Putin e Macron também discutiram a situação relacionada a "especulações provocativas" em torno de uma invasão russa supostamente planejada, disse o Kremlin.

O funcionário do Eliseu disse que a França recomendou que os cidadãos franceses evitem viagens à Ucrânia e que os preparativos sejam feitos para que funcionários da embaixada e suas famílias deixem o país, se quiserem.

O embaixador francês revisará a situação dos cerca de 1.000 cidadãos franceses no país, muitos dos quais possuem cidadania francesa e ucraniana, disse o funcionário. Os Estados Unidos e muitos outros países pediram aos cidadãos que deixem a Ucrânia em meio a temores de uma invasão.

Macron visitou Moscou no início desta semana e, em sua ligação neste sábado, os dois debateram formas para avançar na implementação dos Acordos de Minsk para alcançar a paz no leste da Ucrânia, bem como condições de segurança e estabilidade na Europa, afirmou o Eliseu em um comunicado à parte.

Neste sábado, Macron também conversou com o chanceler alemão Olaf Scholz, bem como com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, e deverá conversar com o presidente dos EUA, Joe Biden.

Na ligação com Zelenskiy, Macron reafirmou seu apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia, disse o Eliseu.