Rússia amplia ataques à Ucrânia; Putin alerta países contra intervenção
A Rússia intensificou seus ataques ao leste e sul da Ucrânia, disse Kiev nesta quinta-feira, e o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou uma retaliação rápida contra quaisquer países ocidentais que se envolverem em nome da Ucrânia. Os ataques acontecem em plena visita do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e pela primeira vez desde meados de abril, constataram jornalistas da AFP.
Mais de dois meses depois de uma invasão que destruiu cidades, mas não conseguiu capturar a capital Kiev, a Rússia montou um esforço para tomar duas províncias do leste em uma batalha que o Ocidente vê como um ponto de virada decisivo na guerra.
"O inimigo está aumentando o ritmo da operação ofensiva. Os ocupantes russos estão exercendo fogo intenso em quase todas as direções", disse o comando militar da Ucrânia sobre a situação no front no leste.
O comando afirmou que o principal ataque da Rússia foi perto das cidades de Slobozhanske e Donets, ao longo de uma rodovia estratégica na linha de frente que liga a segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, à cidade ocupada pelos russos de Izyum. O governador regional de Kharkiv disse que as forças russas estão intensificando os ataques a partir de Izyum, mas as tropas ucranianas estão se mantendo firmes.
Embora as forças russas tenham sido expulsas do norte da Ucrânia no mês passado, elas estão fortemente entrincheiradas no leste e ainda mantêm uma faixa do sul que tomaram em março.
A Ucrânia disse que houve fortes explosões durante a noite na cidade de Kherson, no sul, a única capital regional que a Rússia capturou desde a invasão. Tropas russas usaram gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral na quarta-feira para reprimir manifestações pró-ucranianas, e agora estavam bombardeando toda a região ao redor e atacando Mykolaiv e Kryvyi Rih, cidade natal do presidente Volodymyr Zelenskiy, informou a Ucrânia.
Kiev acusa Moscou de planejar um falso referendo de independência no sul ocupado. Segundo a mídia estatal russa, uma autoridade de uma autodenominada "comissão militar-civil" pró-Rússia em Kherson disse na quinta-feira que a área começaria a usar o rublo, moeda da Rússia, a partir de 1º de maio.
Os países ocidentais aumentaram as entregas de armas para a Ucrânia nos últimos dias, à medida que os combates no leste se intensificaram. Mais de 40 países se reuniram esta semana em uma base aérea dos Estados Unidos na Alemanha e se comprometeram a enviar armas pesadas, como artilharia, para o que se espera ser uma vasta batalha de Exércitos inimigos ao longo de uma linha de frente fortificada.
Washington agora diz que espera que as forças ucranianas possam não apenas repelir o ataque da Rússia no leste, mas enfraquecer suas Forças Armadas para que não possam mais ameaçar os vizinhos. A Rússia afirma que isso equivale a uma "guerra por procuração" da Otan contra ela.
"Se alguém pretende intervir de fora nos eventos em andamento e criar ameaças estratégicas para a Rússia que são inaceitáveis —para nós, eles devem saber que nossos ataques de retaliação serão rápidos como um raio", disse Putin a parlamentares em São Petersburgo.
"Temos todas as ferramentas para isso, coisas que ninguém mais pode se gabar de ter agora. E não vamos nos gabar, vamos usá-las se necessário. E quero que todos saibam disso."
*Com informações da AFP
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