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Portugal decreta novo lockdown e deve declarar estado de emergência sanitária

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (2) pelo primeiro-ministro português, António Costa - Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (2) pelo primeiro-ministro português, António Costa Imagem: Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images

02/11/2020 11h39

O governo português quer oficializar os dispositivos legais que permitirão aplicar medidas para frear a segunda onda de Covid-19. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (2) pelo primeiro-ministro português, António Costa. O Executivo decretou, a partir desta quarta-feira (4), um lockdown "parcial" de 15 dias.

O governo português quer oficializar os dispositivos legais que permitirão aplicar medidas para frear a segunda onda de Covid-19. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (2) pelo primeiro-ministro português, António Costa. O Executivo decretou, a partir desta quarta-feira (4), um lockdown "parcial" de 15 dias.

O premiê fez o anúncio após uma reunião com o presidente português, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, que tem o poder de declarar o estado de emergência após consultar o Parlamento. O Executivo deseja assegurar que, do ponto de vista jurídico, terá carta branca para limitar a liberdade de circulação de pessoas, estabelecer controles de temperatura ou convocar trabalhadores dos setores público e privado para lutar contra a pandemia, explicou Costa.

Ao ser questionado sobre a possível adoção de um toque de recolher, Costa afirmou que, durante o estado de emergência, "nada impedirá que, se necessário, se limite a circulação entre 23h e 6h, com exceções, pois algumas pessoas trabalham durante a noite". Mais de sete milhões de portugueses, 70% da população, serão afetados pelo novo lockdown, por pelo menos duas semanas, anunciou o governo no sábado (31).

As novas medidas, entretanto, serão menos rígidas do que no início do ano: as escolas permanecerão abertas, assim como os restaurantes e os estabelecimentos comerciais não essenciais, mas com horário reduzido. Para evitar as festas tradicionais do Dia de Todos os Santos, o governo proibiu até terça-feira os deslocamentos sem justificativa entre cidades e determinou o uso obrigatório da máscara nas ruas.

Portugal, que na semana passada superou a barreira 4.000 contágios diários, organizou nesta segunda-feira uma homenagem nacional às 2.544 vítimas fatais da Covid-19 no país.

Outros países adotam medidas

O avanço da pandemia na Europa continua obrigando o continente a reforçar as medidas para frear os contágios. Como Portugal, a Grécia também anunciou no sábado um lockdown parcial. "Temos que agir agora" para que as unidades de terapia intensiva não fiquem saturadas, explicou o chefe de governo, Kyriakos Mitsotakis. "Não é um lockdown como o da primavera", salientou. "O vírus está atacando por ondas e precisamos nos adaptar rapidamente", disse.

As restrições terão início às 6h de terça-feira e proibirão a circulação entre meia-noite e 5h. Os restaurantes, bares e áreas de lazer permanecerão fechados em Atenas e outras cidades do país. O restante da Grécia, país que registrou mais de 37.000 casos de coronavírus desde fevereiro e 620 mortes, terá que obedecer um toque de recolher noturno e o uso obrigatório de máscaras, inclusive ao ar livre.

No Reino Unido, onde mais de 46 mil pessoas morreram vítimas do novo coronavírus, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também anunciou, no sábado (31) que o país inicia um novo lockdown até o dia 2 de dezembro. As medidas podem mergulhar o país em uma nova recessão "devastadora" para a economia britânica, segundo a organização patronal CBI (Confederação da Indústria Britânica).

Nesta segunda-feira, o palácio de Buckingham anunciou que o príncipe William pegou a Covid-19 em abril e teve dificuldades respiratórias.

Outro país europeu que inicia o lockdown nesta segunda-feira (2) é a Bélgica, onde onde o coronavírus circula com força e atinge, proporcionalmente à população, o maior número de casos no mundo. O governo belga optou pelo fechamento das escolas, mas deixou livrarias e floriculturas abertas.

1,2 milhão de mortes no mundo

Mais de 1,2 milhão de mortes provocadas pelo novo coronavírus foram oficialmente contabilizadas no mundo desde o início da pandemia, em dezembro de 2019. Neste período, foram registradas 46.452.818 contaminações. Quase 20% dos óbitos aconteceram nos Estados Unidos, país mais afetado pela doença, com 230.996 vítimas fatais e 9.207.364 contágios.

Em seguida aparecem Brasil, com 160.074 mortes e 5.545.705 casos, Índia (122.607 mortos, 8.229.313 casos), México (91.895, 929.392) e Reino Unido (46.717, 1.034.914). América Latina e Caribe permanecem como a região mais afetada, com 402.787 mortes, seguida por Europa (280.109), Estados Unidos/Canadá (241.175) e Ásia (171.423).

Nos últimos sete dias, a média mundial diária foi superior a 6.500 óbitos, quase 40% na Europa, a região onde a pandemia avança mais rápido atualmente.

(Com informações da AFP)