Parlamento Europeu aprova proibição da venda de veículos a combustão a partir de 2035
O ano de 2035 deverá marcar o fim da venda de carros novos com motores a combustão na Europa. A decisão foi confirmada através de votação dos eurodeputados na tarde desta quarta-feira (8), em sessão plenária em Estrasburgo, na França. Por 339 votos a favor, 249 contra e 24 abstenções, eles validaram uma proposta inserida no chamado "Pacto Verde", que visa a neutralidade de carbono em 2050.
O ano de 2035 deverá marcar o fim da venda de carros novos com motores a combustão na Europa. A decisão foi confirmada através de votação dos eurodeputados na tarde desta quarta-feira (8), em sessão plenária em Estrasburgo, na França. Por 339 votos a favor, 249 contra e 24 abstenções, eles validaram uma proposta inserida no chamado "Pacto Verde", que visa a neutralidade de carbono em 2050.
A medida atinge em cheio à indústria automotiva. Na prática, Bruxelas vai proibir que sejam vendidos, a partir de 2035, carros particulares e caminhonetes novos que emitam dióxido de carbono (CO2) - principal gás de efeito estufa - ou seja, todos os veículos com motores a gasolina, diesel, gás e híbridos.
O resultado da votação pode ser entendido como uma mensagem aos fabricantes europeus para que acelerem a sua transição para os carros elétricos e um alerta às empresas estrangeiras para que também evoluam sua produção, caso queiram continuar fazendo negócios na Europa.
Primeiro continente a fixar o objetivo de alcançar a neutralidade climática (zero emissões) em 2050, a Europa sai na frente da comunidade internacional na determinação das primeiras medidas concretas para chegar a esse objetivo climático.
"Estamos traçando um rumo claro para a indústria, apoiando o fim dos motores a combustão em 2035, uma vitória importante e consistente com o objetivo de neutralidade de carbono em 2050", já que um carro roda, em média 15 anos, saudou Pascal Canfin (Renew , Liberais), Presidente da Comissão do Meio Ambiente do Parlamento.
Com 13 anos para fazer evoluir a indústria mais importante da Europa em termos de emprego, entrar na era dos motores elétricos "é uma forma de proteger o clima e os empregos neste setor a longo prazo", afirmou o eurodeputado alemão Michael Bloss (Verdes).
Além disso, "a eliminação progressiva dos motores a combustão é uma oportunidade histórica para acabar com a nossa dependência do petróleo", enquanto o aumento da produção de veículos elétricos deve ajudar a baixar o preço, comemora Alex Keynes, da ONG Transportes&Ambiente.
A direita, que votou contra o texto, está alarmada com as consequências industriais. Os opositores do projeto pediam que se levasse em conta o carbono emitido para a produção de um carro, e não conseguiram aprovar uma emenda promovendo o uso de "combustíveis sintéticos", potencialmente mais ecológicos do que os combustíveis fósseis.
"Impor zero emissões seria condenar toda uma parte da atividade industrial e penalizar fortemente os consumidores", acredita Agnès Evren (PPE). Ela critica um texto que "impedirá a comercialização de veículos híbridos de alto desempenho ou veículos movidos a biocombustíveis", cuja produção poderia se mostrar mais barata e potencialmente menos emissora de carbono do que os veículos elétricos.
Os automóveis representam atualmente 12% das emissões de CO2 na União Europeia (UE).
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