Índia afirma que vai continuar comprando petróleo da Rússia apesar da guerra
O ministro indiano do Petróleo e do Gás, Hardeep Singh Puri, declarou que seu país continuará comprando petróleo russo. Ele alegou que, apesar das tensões ligadas à guerra contra a Ucrânia, garantir a segurança energética da Índia é seu dever. As declarações foram feitas após os membros da Organização dos países exportadores de petróleo (Opep+) anunciarem que pretendem reduzir a sua produção.
Com informações de Côme Bastin, correspondente da RFI na Índia
Ao ser questionado por jornalistas sobre assunto durante uma viagem a Washington, Hardeep Singh Puri foi categórico: "Alguém nos pediu para parar de comprar petróleo russo? Não. E nós não vamos parar de comprar", disse o ministro indiano do Petróleo e do Gás.
As declarações são feitas na esteira de uma afirmação do ministro indiano das Relações Exteriores, Subrahmanyam Jaishankar, que disse recusar que a guerra na Ucrânia afete a população da Índia.
Hardeep Singh Puri também lembrou que as importações de petróleo de seu país são bem inferiores ao consumo dos ocidentais. "O que a Europa compra em uma tarde, nós compramos em um trimestre", comparou o ministro, ressaltando que apenas 0,2% do petróleo consumido na Índia vem da Rússia.
O ministro indiano do Petróleo e do Gás também reagiu à decisão dos 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) de reduzir dois milhões de barris de sua produção diária. Singh Puri se mostrou confiante sobre a capacidade da Índia para conter a inflação dos preços do petróleo.
As declarações são uma forma de tranquilizar a população, que há meses já paga por um litro de petróleo cerca de 80 rúpias (equivalente a R$ 5), preço extremamente alto para o nível de vida na Índia.
Menos petróleo
Em 2020, os membros da Opep concordaram em reduzir a produção para não inundar de petróleo um mercado incapaz de absorver a oferta devido aos confinamentos e restrições ligados à pandemia de Covid-19. A estratégia funcionou e os preços que haviam registrado forte queda voltaram a subir graças a esta política.
No ano passado, em um contexto de retorno à normalidade, a Opep+ concordou em retomar o aumento da produção. Porém, diante dos temores de uma recessão iminente, a aliança decidiu no início de setembro reduzir novamente o volume de produção.
Questionado sobre a possível incidência da guerra na Rússia nas decisões sobre a produção de petróleo, o ministro da Energia dos Emirados, Souhail ben Mohammed Al-Mazrouei, respondeu que se trata de uma "organização técnica" que não mistura questões políticas.
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