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Baixa cobertura vacinal contra covid acende alerta na África, diz OMS

Enfermeira prepara vacina contra covid-19 na África do Sul, onde foi identificada a varianre ômicron - REUTERS/Siphiwe Sibeko
Enfermeira prepara vacina contra covid-19 na África do Sul, onde foi identificada a varianre ômicron Imagem: REUTERS/Siphiwe Sibeko

20/10/2022 12h52Atualizada em 20/10/2022 13h32

A cobertura vacinal contra a Covid-19 —já fraca em relação ao resto do mundo —estagnou na África nos últimos meses. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (20) pelo escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando que a doença pode voltar a se espalhar pelo continente.

Segundo a OMS-África, atualmente, apenas 24% da população africana foi completamente vacinada, contra 64% no resto do mundo. Três países - Ilhas Maurício, Ilhas Seychelles e Libéria - dos 54 que compõem o continente, atingiram o objetivo da vacinar 70% de sua população. Ruanda também pode chegar a esse patamar nos próximos dias.

Na metade dos países africanos, no entanto, a cobertura vacinal estagnou nos últimos dois meses. "O número de doses administradas a cada mês baixou em mais de 50% entre julho e setembro", afirma o boletim semanal da OMS-África.

Em setembro, 23 milhões de doses de vacinas foram utilizadas, 18% a menos do que em agosto e 51% a menos que em julho, quando 47 milhões de doses tinham sido administradas. O documento ressalta que a quantidade de injeções inoculadas no mês passado representa um terço do pico de 63 milhões de doses administradas em fevereiro de 2022.

Por outro lado, a OMS ressalta que há sinais de melhora nessas primeiras semanas de outubro, com 22 milhões de injeções aplicadas até o último dia 16. O número equivale a 95% da quantidade de doses administradas em todo o mês de setembro.

Vírus pode explorar "falha"

Para a diretora regional da OMS, Matshidiso Moeti, é fundamental que a população dos países africanos seja imunizada contra a Covid-19. "O fim da pandemia está a nosso alcance, mas enquanto a África estiver longe do resto do mundo na busca pela proteção global, haverá uma falha que o vírus poderá explorar de forma perigosa para voltar com força", alerta.

A OMS lembra que as dificuldades para conseguir vacinas, que prejudicou a imunização no continente africano em 2021, foram resolvidas. Por isso, a prioridade é proteger as populações mais vulneráveis da doença.

Apesar da visível melhora da crise sanitária que sacudiu o mundo em 2020 e 2021, a OMS anunciou na quarta-feira (19) em Genebra que mantém o nível de alerta máximo em relação à Covid-19. A instituição pede atenção para a pandemia "que já nos surpreendeu e pode voltar a fazê-lo".

(Com informações da AFP)