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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Ucrânia espera receber ao menos 120 tanques de guerra de países aliados

Tanques Leopard 2 em exercício militar em Munster, na Alemanha - Patrik Stollarz/STR
Tanques Leopard 2 em exercício militar em Munster, na Alemanha Imagem: Patrik Stollarz/STR

31/01/2023 16h56Atualizada em 31/01/2023 18h31

A Ucrânia anunciou nesta terça-feira (31) que seus aliados se engajaram a entregar "entre 120 e 140 tanques" para que o país possa fazer frente à Rússia. Do outro lado do fronte, Moscou intensifica sua ofensiva e reivindica a tomada de mais uma cidade, perto de Bakhmout, no leste.  

A Ucrânia anunciou hoje que seus aliados se engajaram a entregar "entre 120 e 140 tanques" para que o país possa fazer frente à Rússia.

Do outro lado do fronte, Moscou intensifica sua ofensiva e reivindica a tomada de mais uma cidade, perto de Bakhmout, no leste.

Essa é a primeira vez que Kiev revela a quantidade de blindados que serão entregues pelos países ocidentais, desde que a Alemanha resolveu acabar com o impasse sobre a questão, na semana passada.

Em um vídeo no Facebook, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, afirma que receberá tanques alemães Leopard 2, britânicos Challenger 2 e Abrams americanos.

Kiev também indicou, na última semana, que precisaria de centenas de tanques, mísseis de longa distância e aviões para enfrentar o exército russo e reconquistar territórios.

O presidente americano, Joe Biden, indicou hoje que discutirá em breve sobre a questão com o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Na véspera, o líder democrata afirmou que não fornecerá aviões de combate à Ucrânia. A Alemanha também recusa a possibilidade de envio de aeronaves e mísseis de longa distância à Kiev.

Já a França anunciou nesta terça-feira que enviará mais 12 canhões Caesar, que se somarão aos 18 já entregues ao país.

Os aliados de Kiev temem que um apoio militar massivo possa levar o Kremlin a intensificar ainda mais a ofensiva. Moscou não esconde sua irritação com a ajuda dos ocidentais, afirmando que os europeus e americanos realizam uma "guerra por procuração". Muitos especialistas acreditam que a Rússia e a Ucrânia preparam ataques de peso entre março e abril.

No entanto, o processo de entrega dos tanques pode levar meses, segundo vários chanceleres. Além disso, os soldados ucranianos precisam ser treinados para poderem manejar os veículos, o que pode alongar ainda mais a entrada em cena dos blindados.

Rússia conquista novo vilarejo

Moscou anunciou nesta terça-feira ter tomado o vilarejo de Blagodatne, no leste da Ucrânia, perto de Bakhmut, região onde o exército russo reforçou sua ofensiva e avança há semanas.

O Ministério da Defesa da Rússia indica que a localidade foi "libertada", com o apoio de "voluntários", a maneira como o Kremlin se refere a grupos paramilitares, como o grupo Wagner.

O diretor do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, anunciou a tomada da localidade no sábado (28), mas Kiev refutou a reivindicação. Há meses os mercenários tentam tomar Bakhmut, uma cidade importante do leste da Ucrânia que, antes da invasão, contava com 70 mil habitantes. Em janeiro, os soldados de Moscou conquistaram Soledar e vilarejos próximos.

Cúpula UE e Ucrânia em Kiev

O presidente ucraniano Volodymr Zelenskiy cumprimenta o embaixador da UE na Ucrânia Matti Maasikas após entregar o questionário para a adesão à UE em Kiev, Ucrânia - 18.abr.22 - UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SER/via REUTERS - 18.abr.22 - UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SER/via REUTERS
O presidente ucraniano Volodymr Zelenskiy cumprimenta o embaixador da UE na Ucrânia Matti Maasikas após entregar o questionário para a adesão à UE em Kiev, Ucrânia
Imagem: 18.abr.22 - UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SER/via REUTERS

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal confirmou nesta terça-feira a realização de uma cúpula entre a Ucrânia e a União Europeia na sexta-feira (3), em Kiev. A reunião ocorrerá um dia após "consultas governamentais" entre Kiev e a Comissão Europeia que ocorrerão "pela primeira vez na história", destacou o premiê.

"O fato que essa cúpula ocorra em Kiev é um sinal forte enviado tanto a nossos parceiros como a nossos inimigos", reiterou Chmygal.

Para o primeiro-ministro, os dois eventos são "extremamente importantes para a integração europeia da Ucrânia", o que pode ser um sinal de "um movimento rápido em direção à adesão à UE".

"Aos inimigos: este é um sinal sobre a futilidade de seus esforços para semear a discórdia na coalizão de apoio à Ucrânia e abortar nossa integração euro-atlântica", indicou, fazendo referência à justificativa russa de invasão da Ucrânia devido a um risco que representaria uma eventual aproximação de Kiev à Otan.

Para Chmygal, é necessário "criar um plano detalhado" para que a adesão da Ucrânia ao bloco ocorra o mais rapidamente possível. Ele citou o acesso ao mercado econômico europeu como "fundamentalmente importante" para Kiev, enquanto a economia ucraniana entrou em colapso por um ano.

No final de junho de 2022, a candidatura da Ucrânia para adesão à União Europeia foi aprovada, um gesto simbólico e forte, quatro meses após o início da invasão russa. No entanto, o processo pode levar anos para ser concluído.

(Com informações da AFP)