Rigor do TSE com Braga Netto apavora fardas na fila do STF
Olheiros da cúpula das Forças Armadas acompanharam o julgamento em que o Tribunal Superior Eleitoral declarou Braga Netto inelegível por oito anos e condenou Bolsonaro novamente, dessa vez por transformar a celebração do 7 de Setembro de 2022 num par de showmícios.
Chamou a atenção a acidez do veredicto de Alexandre de Moraes. O voto de Moraes foi visto como um prenúncio de que o ministro será severo também ao julgar no Supremo Tribunal Federal os militares encrencados no 8 de janeiro e na delação de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A diferença é que, na Suprema Corte, os processos são criminais. Podem resultar em cadeia.
A certa altura, Moraes declarou que "houve lamentável e triste instrumentalização das Forças Armadas" em benefício de uma candidatura. Já estava ficando monótono. Poupado por duas CPIs —a da Covid e a do Golpe—, Braga Netto havia sido inocentado no caso que rendeu a Bolsonaro o banimento das urnas até 2030 por mentir sobre o sistema eleitoral para embaixadores estrangeiros. Finalmente, ao julgar as ações sobre o 7 de Setembro, o TSE evitou confundir general com generalidade. Ou militar com impunidade.
Braga Netto e Bolsonaro foram condenados por 5 votos a 2. Prevaleceu o entendimento segundo o qual a perversão eleitoral foi urdida pela chapa. O relator Benedito Gonçalves, que havia livrado o general da inelegibilidade na sessão anterior, refez o seu voto para acompanhar a maioria. Além da inelegibilidade, os condenados terão que pagar multa —R$ 212 mil para Braga Netto, R$ 425 mil para Bolsonaro.
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