Após encostar Hitler em Gaza, Lula recebe o judeu Blinken
Apenas três dias depois de ter declarado que coisa semelhante à matança de palestinos em Gaza só aconteceu "quando Hitler resolveu matar os judeus", Lula receberá no Planalto um ilustre representante da comunidade judaica: o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. Ele desembarca em Brasília na noite desta terça-feira. Encontrará Lula na quarta. Na sequência, participará da reunião de chanceleres do G20, que acontece no Rio de Janeiro, até quinta-feira.
O encontro dos chanceleres é o primeiro grande evento do G20 sob a presidência do Brasil. Por insistência de Lula, as guerras e a reforma dos organismos de governança global estão no centro do debate. O Brasil se queixa, por exemplo, da falta de efetividade das resoluções das Nações Unidas.
Diplomatas envolvidos na organização do encontro avaliam que, ao encostar o holocausto na Faixa de Gaza, Lula rebaixou o pé direito do Itamaraty. Receiam que o presidente tenha desperdiçado o prestígio adquirido pela diplomacia brasileira ao negociar no ano passado a resolução sobre uma pausa humanitária em Gaza. Embora vetada pelos Estados Unidos, a iniciativa levou Israel ao córner diplomático.
Chefe da diplomacia americana, o próprio Blinken eleva tem o tom das críticas. Sopra nos ouvidos de Benjamin Netanyahu o eco negativo que o excesso de cadáveres palestinos exerce sobre a campanha à reeleição de Joe Biden. Além dos Estados Unidos, participam do G20 outros três aliados de Tel Aviv que criticam a desproporção da resposta de Israel ao ataque terrorista do Hamas: França, Reino Unido e Alemanha.
O Brasil gostaria de articular uma posição conjunta capaz de intensificar o isolamento internacional de Netanyahu. Mas falta apoio na comunidade internacional para a imoderação retórica de Lula. Por enquanto, apenas o Hamas apoiou publicamente a iniciativa de Lula de encostar o holocausto em Gaza.
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