Josmar Jozino

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Reportagem

'Pietra do PCC', investigada por roubos, apavorava até idosos, diz polícia

Laysla de Sousa Lima Rodrigues, 23, apelidada de Pietra do PCC e apontada pela polícia como líder de uma quadrilha de roubos a residências na zona leste paulistana, apavorava as vítimas durante os assaltos e não poupava nem sequer os idosos. Um deles de 90 anos, portador de mal de Alzheimer, foi ameaçado de morte pelo bando.

Laysla foi presa na semana passada, por policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), sob a acusação de ter comandado a invasão de duas casas na região do Jardim Aricanduva, nos dias 19 e 21 de fevereiro deste ano. Um menor foi apreendido e outros dois comparsas detidos.

Ela era considerada foragida da Justiça desde junho do ano passado, quando cumpria pena em regime semiaberto na Penitenciária Feminina da Capital, na zona norte, e foi beneficiada em uma saidinha temporária, mas não retornou.

O advogado Danilo Alves Silva Júnior soube da prisão de Laysla, mas ainda não teve acesso aos autos. Em 14 de junho de 2021, o defensor conseguiu um parecer favorável na Justiça e a pena dela, condenada por roubo, foi reduzida pela metade (leia abaixo).

Segundo a Polícia Civil, em um dos roubos no mês passado, ela coordenou a ação e a quadrilha dela entrou em uma residência e aterrorizou o morador de 90 anos e uma parente dele. A ladra e o bando ficaram com R$ 2.000 da aposentadoria do idoso, além de telefones celulares.

O dinheiro estava escondido no quarto da vítima, sob o travesseiro. O idoso chegou a ser hostilizado. Os assaltantes só pararam de apavorá-lo quando a parente dele informou que o aposentado sofria de mal de Alzheimer e não conseguia se comunicar com ninguém.

No quarto dele havia uma câmera de segurança. O circuito interno filmou a ação dos criminosos, segundo a polícia. Agentes do Deic classificaram Laysla como assaltante violenta, extremamente agressiva, chefe de quadrilha e com ascendência sobre os comparsas, constantemente ameaçados por ela.

Os policiais civis da 5ª Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos, do Deic, seguiram Laysla durante três dias, para apurar onde era o esconderijo dela, usado para guardar drogas, armamentos e também os produtos levados das casas das vítimas.

Na residência onde os integrantes do bando foram presos os investigadores apreenderam drogas, armas, dinheiro, joias e telefones celulares. Os policiais do Deic apuraram que um dos assaltantes que entrou na casa do idoso era vizinho da vítima.

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O que diz a defesa da presa

O advogado de Laysla disse que a cliente não tem e jamais teve ligação com o crime organizado. Danilo Alves Silva Júnior ressaltou que Laysla nunca foi chamada pelo apelido de Pietra do PCC e acrescentou que provará a inocência dela no decorrer do processo.

Laysla chegou ao Deic algemada com as mãos para trás e acorrentada pelos pés. A Polícia Civil alega que tomou essa medida para evitar que ela tentasse outra fuga. Segundo os agentes, a assaltante acabou detida após um roubo de moto em Itaquera, zona leste, mas tentou escapar e foi logo dominada.

A reportagem apurou que Laysla tinha antecedente criminal por assalto. Em 7 de agosto de 2020, ela e três menores foram acusados de roubar o veículo de um homem em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. Depois o bando usou o carro para atacar outras mulheres e roubou dois celulares.

Por esse crime, Laysla foi condenada em primeira instância a 14 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. O advogado Danilo Alves Silva Júnior recorreu da decisão e a 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo reduziu a pena para 7 anos e 5 meses.

Reportagem

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