Moro não afastou investigadores dos casos Flávio Bolsonaro e Marielle
Imagem: Arte/UOL
Lucas Borges Teixeira
Colaboração para o UOL, em São Paulo
25/06/2019 04h00
Uma mensagem que circula pelas redes sociais acusa o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) de ter afastado investigadores dos casos que envolvem o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL-RJ).
"Moro afasta promotor que investiga Flávio Bolsonaro. Agora, afasta delegado que investigou assassinos de Marielle. Entenderam?", diz o texto. Usuários que compartilham a mensagem ligam a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), pai de Flávio, aos casos.
FALSO: Moro não afastou promotor nem delegado
Apesar de tanto o promotor do caso que envolve o senador quanto o delegado que investigava o assassinato da vereadora terem sido afastados das respectivas investigações, as ações nada têm a ver com o ministro da Justiça.
Flávio é investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa entre 2007 e 2018, quando exercia o mandato de deputado estadual no Rio. A investigação foi aberta após relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) apontar uma movimentação atípica nas contas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Já o delegado Giniton Lages, responsável pela primeira fase da investigação sobre as mortes de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes, em março do ano passado, foi afastado, mas não por Moro.
De acordo com Witzel, Lages foi convidado por ele para um intercâmbio de quatro meses na Itália. O afastamento para estudos no exterior é uma espécie de "prêmio" pelo trabalho realizado por quase um ano à frente da Delegacia de Homicídios da Capital, o que trouxe "exaustão" ao policial.
O ministro Sergio Moro
Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoNão é papel de Moro
Além de não ter sido o responsável pelo afastamento dos investigadores, também não cabe diretamente ao ministro da Justiça se envolver nestas posições.
No caso do delegado, é uma decisão que compete ao Estado, sem ligação direta com a União.
Já no caso da promotoria, a decisão compete ao Ministério Público, um poder independente, que não depende do poder Executivo, ao qual o ministro faz parte.
O UOL procurou o Ministério da Justiça, mas não teve resposta até o fechamento da matéria.
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