Marielle: delegado responsável por investigação será afastado, diz Witzel
O delegado Giniton Lages --responsável pela primeira fase da investigação sobre as mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Gomes-- deixará os trabalhos na segunda etapa da apuração sobre os crimes. A informação foi confirmada hoje pelo governador Wilson Witzel (PSC), um dia após a prisão de dois homens acusados da autoria dos crimes.
De acordo com Witzel, Lages fará um intercâmbio de quatro meses na Itália a convite dele próprio. O afastamento para estudos no exterior é uma espécie de "prêmio" pelo trabalho realizado por quase um ano à frente da Delegacia de Homicídios da Capital, o que trouxe "exaustão" ao policial.
"Convidei [para o intercâmbio] porque ele está cansado. Está esgotado. É uma investigação que teve um certo esgotamento da pessoa. Como ele está com a experiência adquirida e nós estamos com o intercâmbio com a Itália exatamente para estudar máfia, movimentos criminosos, ele vai fazer essa troca de experiência com a polícia italiana", explicou o governador.
A segunda fase da investigação, de acordo com Witzel, centrará esforços em identificar um possível mandante dos crimes. O nome do delegado que comandará essa frente não foi divulgado.
Ontem, durante a entrevista à imprensa em que explicou a dinâmica do crime que teria sido cometido pelo policial reformado Ronnie Lessa, acusado de ser autor dos disparos que atingiram as vítimas, e pelo ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado de dirigir o carro utilizado para matar Marielle e Anderson, Witzel não poupou elogios ao trabalho de Lages.
"Infelizmente a polícia do estado do Rio de Janeiro foi sucateada por décadas, uma deficiência de homens, de material. Mas, apesar dessas dificuldades, delegados como os que aqui estão e especialmente o delegado Giniton fazem a diferença. Um policial que, ao explicar o seu trabalho, eu pude perceber a sua capacidade profissional e quanto ele se aprofundou tecnicamente, com a sua experiência à frente de investigações de homicídios para poder definir a linha de investigação e colher todos os elementos de prova muito difíceis."
Witzel disse que, para chegar à autoria do crime, as investigações "exigiam um conhecimento técnico aprofundado que o delegado Giniton desenvolveu a duras penas à frente da Delegacia de Homicídios e com parcos recursos".
Procurado para comentar o afastamento da investigação e o intercâmbio na Itália, o delegado Giniton Lages não respondeu os contatos da reportagem.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.