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Prefeito diz que Petrópolis ainda tem 5.000 famílias em áreas de risco

Deslizamento de terra é registrado na rua Olavo Bilac, em Petrópolis - Reprodução/Twitter
Deslizamento de terra é registrado na rua Olavo Bilac, em Petrópolis Imagem: Reprodução/Twitter

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Petrópolis

18/03/2013 15h58Atualizada em 18/03/2013 19h27

O prefeito de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, Rubens Bomtempo, afirmou nesta segunda-feira (19) em entrevista coletiva que ainda há cerca de 5.000 famílias morando em áreas de risco na cidade. Mas, por enquanto, a prefeitura só prevê retirar e realocar 164 delas. O trabalho total de remoção só deve ser concluído no prazo de três anos. A chuva que atinge o Estado desde a tarde de domingo (17) deixou 16 mortos em Petrópolis.

"Estamos em um processo de licitação. Se der tudo certo, vamos começar o mais rápido possível. Mas é obra para três anos, porque são áreas de difícil acesso e que envolvem um processo social. Não é nada fácil", disse.

Entre os mortos pela chuva, estão dois técnicos da Defesa Civil. Há também dois irmãos --um adolescente e um bebê-- moradores do bairro de Quitandinha entre as vítimas fatais. Eles estavam em casa quando foram soterrados durante um deslizamento de terra.

Mais cedo, em sua viagem ao Vaticano, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, disse a que as mortes não são consequência da falta de prevenção e afirmou ser necessária a tomada de medidas um "pouco mais drástica" para a retirada de pessoas de áreas consideradas de risco.

"Não teve qualquer tipo de problema, não", disse a presidente, ao ser questionada sobre a ineficiência do processo de prevenção do governo federal e do governo do Estado do Rio de Janeiro. Segundo ela,  as pessoas foram avisadas sobre os riscos. "Acho que vão ter que ser tomadas medidas um pouco mais drásticas para que as pessoas não fiquem nas regiões que não podem ficar. Assim, não tem prevenção que dê conta."

Desabrigados

Segundo o governador do Rio, 650 pessoas ficaram desabrigadas --140 famílias-- devido à chuva. Essas pessoas foram encaminhadas para 18 abrigos, dos quais 16 são escolas estaduais e municipais e dois são instituições religiosas. AS escolas municipais Papa João Paulo e Marcelo Alencar são as que concentram o maior número de famílias.

Cabral afirmou ainda que o sistema de alerta da prefeitura funcionou com êxito. "Muitas vidas foram poupadas", explicou o governador. Ele disse que todo o grupo de Salvamento do Corpo de Bombeiros Estadual --250 pessoas-- está mobilizado em Petrópolis. Além disso, 500 pessoas foram contratadas emergencialmente para atuar no serviço de limpeza urbana.

Para isso, foram liberados R$ 3 milhões por parte do Estado e R$ 200 mil pela prefeitura para ações de assistência social. Segundo o prefeito, Rubens Bomtempo, serão contratadas mais 500 pessoas e a compra de material de higiene, fraldas, leite em pó e itens básicos para quem ficou sem residência será priorizada.

Teresópolis

Segundo a Defesa Civil, a chuva não deixou vítimas em Teresópolis, onde houve duas quedas de barreira --uma no bairro Santa Cecília e outra em Guarani--, uma queda de muro em Corta Vento, um deslizamento na Coreia e um alagamento em Vargem Grande. Durante a noite, as maiores quantidades de chuva foram de 168mm no Rosário, 100mm no Corta-vento e 89,4mm na Quinta Lebrão. Nesta manhã, a chuva diminuiu e caiu fina.

Magé

O dique do rio Roncador, que passa por Magé, região metropolitana do Rio de Janeiro, se rompeu na tarde desta segunda e alagou o bairro Vila Liberdade, no município. Segundo a prefeitura da cidade, a água invadiu as casas da região deixando 120 famílias estão desalojadas e sete desabrigadas.

A Defesa Civil de Magé decretou estado de alerta no município. Nas últimas 24 horas, choveu mais do que o volume esperado para todo o mês de março. Na estação de monitoramento pluviométrico, foi constatado que nas últimas 24 horas o volume de chuva bateu a marca de 160 milímetros –o esperado para todo o mês era o equivalente a 280 milímetros. O rio Roncador, no primeiro distrito, transbordou, e as equipes da Defesa Civil identificaram pontos de deslizamentos, mas os principais problemas detectados na cidade são as inundações.

Angra dos Reis

Em Angra dos Reis, equipes da Defesa Civil se deslocaram por volta das 21h de domingo para o Parque Mambucaba, a Japuíba e o Pontal, onde houve transbordamento de rios. Em Mambucaba, o rio que passa pelo bairro já teve seu pico de maré. Na Japuíba, outro rio tem pontos de transbordamento na altura das ruas Rio Bonito e Mangaratiba.

Rio de Janeiro

A chuva colocou a capital fluminense em estado de atenção. O Rio de Janeiro entra neste nível quando há previsão de chuva moderada, ocasionalmente forte, nas próximas horas. Neste estágio, os operadores do Sistema Alerta Rio, da prefeitura, ficam em constante comunicação com os órgãos municipais que atuam nas situações de chuva.

Mais chuva

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a previsão para a região serrana nesta segunda-feira é de tempo nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas. A possibilidade de chuva é de 60% a 90% durante a tarde e a noite. A temperatura fica entre 16 °C e 25 °C. Já para terça-feira (19), a previsão é de tempo nublado a encoberto com chuva, com temperatura variando entre 14 °C e 24 °C. O governador Sérgio Cabral afirmou que o município está em alerta máximo: "Estamos ainda em alerta máximo, total alerta máximo. (...) Peço encarecidamente para que as pessoas não saiam de suas casas."