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Alckmin pede apoio para obras contra falta de água que custam R$ 3,5 bi

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

10/11/2014 17h57

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), encontrou-se com a presidente Dilma Rousseff (PT) nesta segunda-feira (10) em Brasília para pedir apoio financeiro para realizar obras que devem atenuar os problemas de abastecimento de água no Estado no valor de R$ 3,5 bilhões. As medidas, no entanto, não são de caráter emergencial e só ficarão prontas em curto e médio prazo, ou seja, em até cinco anos.

Foi marcada uma nova reunião para a próxima segunda-feira (17) entre membros do governo paulista e dos ministérios do Planejamento e do Meio Ambiente para definir melhor os projetos das obras. O governo federal quer analisar detalhadamente os projetos e seus licenciamentos e custos antes de liberar apoio financeiro para executá-las.

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“Uma parte [da obra apresentada] sequer projeto tem, então o desembolso não é de curtíssimo prazo”, afirmou a ministra Miriam Belchior (Planejamento) que participou da reunião. “São Paulo não pediu nada de obras emergências para essa crise. Nem imediatamente nem as obras estruturantes para 2035.”

Ainda de acordo com Miriam, a presidente Dilma "viu com bons olhos" o conjunto das obras apresentado por Alckmin. "Mas será preciso “uma conversa mais aprofundada para que ela bata o martelo no que o governo federal ajudará São Paulo", completou a ministra.

"O que nós propusemos ao governo federal foram novas obras, oito obras, e o valor dessas obras será de R$ 3,5 bilhões, o orçamento total das obras", explicou o governador de São Paulo. O governo de São Paulo precisará do máximo que [o governo federal] puder. Pode ser recurso a fundo perdido, do Orçamento Geral da União, ou pode ser financiamento, e nós temos uma boa capacidade de financiamento,” disse Alckmin.

Do total de investimentos para as obras, R$ 1,8 bilhão já está “encaminhado” para viabilizar a construção do sistema São Lorenzo, segundo a ministra Miriam Belchior (Planejamento). A obra é uma adutora que deve ajudar no abastecimento das áreas mais críticas na região da Grande São Paulo.

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Entre as medidas apontadas por Alckmin estão a interligação dos reservatórios Atibainha e Jaguari; construção de dois reservatórios em Campinas; adução de adução dos reservatórios; EPAR (Estação de Produção de Água de Reuso) Sul de São Paulo; EPAR Barueri; interligação do Jaguari com o Atibaia; interligação do Rio Grande com o Guarapiranga; e poços artesianos no Aquífero Guarani.

Em 2014, o país vive uma das mais severas secas dos últimos anos. Para atenuar os efeitos da seca, são necessárias obras para reduzir a dependência do período chuvoso, que só começa agora.

Um levantamento aponta que 1.246 dos 5.570 municípios brasileiros decretarem situação de emergência em 2014. O estudo foi feito com base nos decretos reconhecidos pela Sedec (Secretaria Nacional de Defesa Civil) até a segunda-feira (3). Mais de 70% dos decretos estão no Nordeste (1.055). 

Os níveis dos seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo apresentaram nova queda nesta segunda-feira, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). A empresa reduziu a pressão da água durante a noite na região para garantir economia de água, mas nega que a medida seja racionamento. Esses reservatórios abastecem cerca de  19 milhões de pessoas.

O índice do maior e mais importante deles, o Sistema Cantareira, tem sofrido constantes quedas,  caiu 0,1% de ontem (9) para hoje, chegando a 11,3%. Esse percentual inclui as duas cotas do volume morto - água que fica no fundo das represas.