Topo

Famílias abrigam parentes para aproveitar litoral de SP com água

A família da dona de casa Lúcia Queiroz (à dir.), 57, de Araraquara, estava na praia da Aparecida e limpava os pés em lavatórios específicos instalados na orla pela prefeitura - Reinaldo Canato/UOL
A família da dona de casa Lúcia Queiroz (à dir.), 57, de Araraquara, estava na praia da Aparecida e limpava os pés em lavatórios específicos instalados na orla pela prefeitura Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Rafael Motta

Do UOL, em Santos (SP)

20/11/2014 14h02

O primeiro dia do feriado prolongado da Consciência Negra, nesta quinta-feira (20), em Santos (a 72 km de São Paulo), mostra a turistas uma realidade diferente da que estão vivendo em suas cidades de origem: água é um bem disponível sem interrupção, inclusive em áreas públicas, mas não há flagrantes de desperdício perto da praia.

A família da dona de casa Lúcia Queiroz, 57, de Araraquara (interior paulista), estava na praia da Aparecida e limpava os pés em lavatórios específicos instalados na orla pela prefeitura. Neles, os jatos são direcionados e duram no máximo 15 segundos, mais breves que os dos tradicionais chuveiros para banhistas.

"Não temos problema de desabastecimento em casa. Isso acontece em cidades vizinhas, como Américo Brasiliense. Meu filho mora lá e, de um ou dois meses para cá, tem vindo com meu neto tomar banho aqui em casa", relata.

Outro filho de Lúcia, o estudante Adolfo Queiroz, 23, cita que a empresa local de água e esgoto, o DAAE (Departamento de Água e Esgoto), tem multado moradores que lavam calçadas usando mangueiras. E apontou a necessidade de também se poupar energia elétrica, parte dela gerada por hidrelétricas, ao reparar em uma luminária acesa na praia, à luz do dia.

Outra família, que sofre mais fortemente com o desabastecimento, é a do distribuidor de frutas Antônio Carlos de Sousa Santos, 42, de Osasco. Ele, a mulher, dois filhos e o genro estão em Santos como turistas de um dia, como fazem três vezes por ano.

"Faz uns sete ou oito meses que desligam a água, das 18 às 5h, no meu bairro. Mas não viemos aqui por isso. É que estamos de folga. Saímos às 5h de lá e vamos embora umas 16h, para amanhã trabalhar de novo", disse Santos, que aquecia carvão numa pequena churrasqueira em uma área gramada perto do quebra-mar do Emissário Submarino, na praia do José Menino, perto de onde surfistas entram na água.

Hotéis

No bairro do Gonzaga, que concentra hotéis de médio e grande portes em Santos, estabelecimentos visitados pelo UOL tinham alto índice de lotação. No Atlântico, a reportagem apurou que os últimos leitos disponíveis devem ser ocupados até esta sexta-feira (21).

No Avenida Palace, com diárias a partir de R$ 198, 72 dos 90 quartos estavam cheios. "Metade por turistas a lazer, metade por turistas de negócios. Hóspedes que vêm para descanso são maioria a partir de janeiro. Mas, agora, não imaginávamos tanto movimento", comentou a gerente, Vilma Rodrigues.