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Flordelis diz que teve noite romântica com o marido antes da morte dele

A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), de óculos escuros, durante o enterro do corpo de seu marido, o pastor Anderson do Carmo de Souza (17.jun.2019) - Wilton Junior/Estadão Conteúdo
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), de óculos escuros, durante o enterro do corpo de seu marido, o pastor Anderson do Carmo de Souza (17.jun.2019) Imagem: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo*

30/06/2019 21h53Atualizada em 30/06/2019 22h37

Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, exibida na noite de hoje, a deputada federal Flordelis dos Santos Souza (PSD-RJ) afirmou que teve uma noite romântica com o marido, o pastor Anderson do Carmo, instantes antes de ele ser assassinado a tiros ao chegar em casa, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, na madrugada do dia 16.

"Saímos para namorar, curtimos bastante, passamos uma noite assim, muito boa, incrível", afirmou a deputada.

Ela disse que ao chegar em casa, o marido fez sinal para que o portão da garagem fosse aberto e o casal entrou com o carro. Já dentro do imóvel, ela diz que desceu do carro e subiu as escadas da casa, deixando o marido para atrás.

"Ele não saiu junto comigo, eu saí primeiro do carro. Ele ficou e eu entrei, subi as escadas, cheguei no meu quarto", afirmou. "Estava silêncio. Eu ouvi os tiros, me assustei. Foram pá pá pá pá, pá pá", disse ela. Questionada sobre por que o pastor ficou mais tempo do que ela no carro, Flordelis afirmou ter pensado que ele pegaria uma mochila.

As investigações da Polícia Civil apontam que o corpo de Anderson possui mais de 30 perfurações por bala. "Ouvi quatro tiros seguidos e mais dois", disse Flordelis. Indagada sobre por que só ouviu seis disparos, ela afirmou: "Meus filhos que estavam acordados falaram também a mesma quantidade de tiros ouvido, ouviram seis tiros".

Ela também repetiu que não sabe do paradeiro do telefone celular do deputado -- o aparelho sumiu depois do crime e a polícia ainda não conseguiu localizá-lo. Testemunhas chegaram a apontar que o telefone teria sido entregue para a deputada na confusão das primeiras pessoas que chegaram ao local do crime. "Não me entregaram, e se me entregaram, eu não lembro", disse a deputada na entrevista.

"Não acredito em nada"

Dois filhos de Flordelis - um biológico, Flávio, fruto de outro relacionamento, e outro adotado, Lucas - estão presos sob suspeita de terem participação no crime. O casal possui 51 filhos adotados. Flávio, segundo a polícia, confessou o crime. A defesa dele tenta anular o depoimento em que ele fez a confissão.

Flordelis já havia concedido uma entrevista, desta vez coletiva, sobre o caso antes. Na ocasião, ela afirmou que não sabia a causa da morte do marido ou quem era o autor do crime. Hoje, tal como na coletiva, ela afirmou que espera justiça, mesmo se o assassino for um de seus filhos, e disse não acreditar "em nada" ao ser questionada se confia na inocência dos filhos.

Perguntada se confiava em todos os que moram no local, a parlamentar respondeu: "[Em] Todas as pessoas que estavam morando comigo naquele momento, sim".

Lucas já não morava com o casal, mas imagens de câmeras de segurança mostram o filho adotivo chegando à casa. O jovem foi preso após o assassinato, antes mesmo das suspeitas de envolvimento no crime, já que era procurado por envolvimento com tráfico de drogas, por uma infração cometida quando ainda era adolescente.

Em entrevista à revista Veja na sexta-feira (28), Flordelis disse que Lucas teve desentendimentos com o pastor no passado, por conta do roubo de relógios da família. Ao Fantástico, a deputada minimizou as desavenças, embora tenha descrito Lucas como "muito fechado" e "muito revoltado", comportamento creditado por ela ao fato de o filho adotivo ter tido uma infância difícil, pois o "pai era bandido" e a "mãe morreu de câncer".

"A única coisa que meu marido tinha era com o Lucas, mas era coisa de pai. Ele não aceitava meu filho ter saído de casa e estar fazendo algumas coisas erradas", disse Flordelis.

A polícia afirma que todos que estavam na casa naquela noite são investigados pelo crime, mas a deputada não é formalmente considerada suspeita.

*Com informações do Estadão Conteúdo