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RJ: Secretário de Saúde admite indicação de auxiliar preso

Subsecretário executivo da pasta foi preso na última semana após indícios de fraude - iStock
Subsecretário executivo da pasta foi preso na última semana após indícios de fraude Imagem: iStock

Igor Mello

Do UOL, no Rio

12/05/2020 19h44

O secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos, admitiu ter sido o responsável pela indicação de Gabriell Neves, ex-número dois da pasta preso por suspeita de corrupção. Segundo ele, o auxiliar "possuía as qualificações necessárias" para o cargo de subsecretário executivo.

Gabriell Neves foi o principal alvo da Operação Mercadores do Caos, deflagrada na última quinta-feira (7) pelo MP-RJ e pela Polícia Civil.

De acordo com as investigações, Neves foi o responsável pela assinatura de diversos contratos sem licitação com indícios de fraude, aproveitando-se da decretação de emergência por conta da pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Entre eles havia compras de respiradores e de oxímetros —aparelho usado para medir a oxigenação dos pacientes, essencial nos casos de coronavírus.

Até o momento, 44 dos 66 contratos assinados pelo ex-subsecretário foram cancelados por conta de irregularidades.

"Quando é mandado para o Diário Oficial um cargo de confiança é uma indicação do secretário", admitiu.

Edmar Santos disse que já conhecia o auxiliar "de longe", mas não tinha proximidade com ele. Ele alegou que não havia indícios de desvios de conduta de Gabriell Neves. Contudo, o blog do jornalista Ruben Berta revelou em março que Neves respondia desde 2007 a um processo onde era acusado de dar um golpe de mais de R$ 200 mil em uma idosa para qual advogou.

"É muito fácil olhar para trás e agora entender que a colocação do dr. Gabriell na função foi um equívoco. Se olhasse naquele momento era uma pessoa formada em direito, já tinha sido gestor público, não pairavam sobre ele processos anteriores pelo exercício da função dele como secretário ou subsecretário. Gabriell à época possuía as qualificações técnicas", disse.

Santos disse estar "muito triste e indignado" com as irregularidades encontradas em sua pasta, e repetiu em diversos momentos que "não compactua" com o que foi feito. No entanto, evitou condenar de maneira mais incisiva o ex-auxiliar.

"Não cabe aqui nenhum julgamento do secretário sobre isso. Está sendo investigado, está na Justiça", esquivou-se.