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Com minoria, Boulos diz que dialogará com a Câmara: "não sou Bolsonaro"

15.nov.2020 - Candido do PSOL Guilherme Boulos fala com a imprensa em sua casa no bairro no Campo Limpo após ser confirmado no segundo turno das eleições municipais - Reinaldo Canato/UOL
15.nov.2020 - Candido do PSOL Guilherme Boulos fala com a imprensa em sua casa no bairro no Campo Limpo após ser confirmado no segundo turno das eleições municipais Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

19/11/2020 13h52

O candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, indicou que irá dialogar com a Câmara Municipal propostas de uma eventual gestão sua, como a revogação da reforma da Previdência Municipal, a Sampaprev, que consta em seu plano de governo.

O resultado da eleição apontou que, se eleito, Boulos não terá maioria no Legislativo paulistano. Das 55 cadeiras, hoje ele teria o apoio de 8 do PT e 6 do PSOL. E, talvez, mais duas do PSB, que ainda não formalizou apoio a Boulos, o que está previsto para acontecer até a noite de hoje.

"Eu não sou Jair Bolsonaro. Eu trato a democracia, os Poderes com diálogo", disse Boulos, que hoje esteve reunido com especialistas que apresentaram ao candidato propostas para a cidade.

"Eu vou conversar. Democracia não é simplesmente conversar com quem concorda com você. Democracia é também ter a capacidade de dialogar com o diferente", complementou, lembrando os conflitos de Bolsonaro com o Parlamento em Brasília.

Polêmica sobre previdência

O tema da previdência ganhou força na campanha em razão de uma declaração de Boulos que deu a entender a intenção de contratar mais servidores para equilibrar os gastos com os servidores pensionistas. "Para a Previdência se equilibrar, você tem que ter gente contribuindo, não só gente recebendo", disse ontem ao jornal O Estado de S. Paulo.

Para amenizar a polêmica, Boulos disse que não defende "que a forma de equilibrar a previdência seja através de novas contratações". "A maneira como eu me expressei, e tirada do contexto da pergunta, pode ter levado a crer nisso, que não é a minha posição."

Adversário de Boulos no segundo turno, Bruno Covas (PSDB), ao comentar o tema, disse que o candidato do PSOL não saberia fazer conta. A fala do tucano gerou reação de Boulos, que voltou a colar a imagem de Covas ao bolsonarismo, apresentando um "discurso mais raivoso".

Hoje, Boulos não tem agenda de rua, que será cumprida sua candidata a vice, Luiza Erundina (PSOL). O candidato passará a tarde se preparando para o segundo debate com Covas, organizado pela TV Bandeirantes e retransmitido pelo UOL nesta noite. O candidato também grava para seu programa no horário eleitoral, que recomeça amanhã no rádio e na televisão.