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Massacre de Toulouse: irmão de suspeito de ataques é detido em cerco policial

Veículos de emergência bloqueiam rua durante cerco a casa onde se encontra o suspeito de matar três crianças e um professor na segunda-feira em escola judaica de Toulouse, na França - Pascal Parrot/Reuters
Veículos de emergência bloqueiam rua durante cerco a casa onde se encontra o suspeito de matar três crianças e um professor na segunda-feira em escola judaica de Toulouse, na França Imagem: Pascal Parrot/Reuters

Do UOL, em São Paulo

21/03/2012 02h06Atualizada em 21/03/2012 03h13

Uma operação da RAID, a unidade de elite da polícia francesa, cercou na madrugada desta quarta-feira (21) em Croix-Daurade, um bairro de Toulouse, um homem ligado ao massacre da escola judaica, identificado como Mohammed Merah, disse à AFP uma fonte envolvida na investigação. O irmão do homem que está cercado, também suspeito de pertencer à mesma organização islamita, foi deitdo, segundo informou o ministro do Interior, Claude Guéant, que está em Toulouse para acompanhar a operação. Dois policiais foram feridos levemente.

 

O suspeito assegura pertencer à Al Qaeda, informou o ministro. "Repete seu compromisso com a Al Qaeda e com meios jihadistas", assinalou o ministro.

Guéant confirmou que se trata de um jovem de nacionalidade francesa e origem argelina e residente em Toulouse que viajou ao Afeganistão e Paquistão e que "tem laços com pessoas do salafismo e do jihadismo". O ministro assegurou que o homem afirma agir "para vingar as crianças palestinas e denunciar a presença estrangeira no Afeganistão".

A operação policial começou pouco depois das 3h locais (22h de terça-feira em Brasília) quando o homem, um jovem de 24 anos, foi cercado e ocorreu um primeiro tiroteio no qual dois agentes ficaram feridos.

Posteriormente iniciou-se uma fase de negociação na qual sua mãe interveio, mas, após o fracasso da mesma, voltaram a ser ouvidos disparos.

O suspeito era investigado pela DCRI (Direção Central de Informação Interna), junto a outros, desde os primeiros ataques, em Toulouse e Montauban.

No dia 11 de março, um homem matou um soldado de origem magrebina em Toulouse. No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban - dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha - matando dois e ferindo um gravemente.

"A polícia obteve um dado precioso que acelerou a investigação", destacou a fonte nesta quarta-feira, no momento em que agentes da polícia com coletes a prova de bala ocupavam o exclusivo bairro de Croix-Daurade, próximo à escola judaica onde ocorreu o massacre de três crianças e um adulto, na segunda-feira passada.

Até 200 agentes especializados foram desdobrados na região para buscar o suspeito, que utilizou nos três crimes a mesma pistola e que, em cada um dos casos, fugiu em um moto da mesma marca.

As autoridades francesas deflagraram na terça-feira uma corrida contra o relógio para deter o assassino, a partir de informações preliminares obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março.

Os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.

No período de 14 dias, o homem agiu a cada quatro dias e a cada vez utilizou uma scooter e duas armas calibre 9mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido.

A cada assassinato, o criminoso disparou na cabeça "à queima ropua", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado. Moulins o descreveu como um indivíduo "extremamente determinado, com muito sangue frio e com alvos extremamente definidos". O promotor antiterrorista assinalou que "outras operações" estão sendo produzidas em Toulouse. (Com AFP e EFE)

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