Polícia invade apartamento de suposto atirador francês; suspeito está morto
A polícia francesa confirmou a morte de Mohammed Merah, o suspeito de ter matado quatro pessoas no massacre em uma escola judaica na França na última segunda (19). Policiais da RAID, a unidade de elite da polícia francesa, invadiram na manhã desta quinta-feira (22) o apartamento onde Merah morava.
O ministro do Interior francês, Claude Gueant, deu informações à imprensa logo após a ação da polícia. De acordo com ele, Merah se escondeu no banheiro do apartamento e abriu fogo contra os policiais que tentavam entrar no cômodo para saber se o suspeito ainda estava vivo. Merah teria então pulado pela janela, ainda atirando, e foi encontrado morto no chão, do lado de fora.
Segundo informações preliminares, três policiais se feriram na ação, um deles gravemente.
Assista à ação da polícia francesa em frente à casa do suspeito
Em nota oficial, o presidente francês Nicolas Sarkozy cumprimentou os policiais envolvidos na operação.
O suposto atirador é francês de origem argelina. Segundo Claude Guéant, o suspeito teria dito que aceitou “uma missão geral para cometer um atentado”. Ele teria se recusado a realizar um ataque suicida antes de aceitar a missão da Al Qaeda, de acordo com as declarações do ministro a uma rede de TV francesa.
Cerco
Por várias vezes durante o cerco, que durou 32 horas, Merah prometeu se entregar, mas não o fez. "Ele disse que não queria se entregar e que mataria os policiais se fosse atacado", disse Gueant à imprensa. Diante disso, a polícia tomou a decisão de invadir a casa às 10h30, na hora local. Por volta das 11h30, ouviu-se do lado de fora do prédio uma intensa troca de tiros. "Quando tentamos entrar no banheiro com uma câmera, para identificar se o suspeito estava vivo, Merah saiu atirando", completou Gueant. Segundo ele, um oficial da polícia comentou que nunca havia visto um suspeito reagir com tamanha violência.
Durante a noite de quarta-feira (21), também foram ouvidas explosões por quem estava próximo ao prédio. Pouco mais de duas horas depois da primeira sequência, novas explosões e tiros foram ouvidos no local.
Ataques em Toulouse e Montauban
Merah é suspeito de ter matado um professor, seus dois filhos e um adolescente na manhã de segunda-feira (19). Várias outras pessoas também ficaram feridas após disparos em frente a uma escola judaica em bairro residencial da cidade de Toulouse, no sudoeste da França.
Vídeo mostra suspeito
Suspeito se exibe em imagens divulgadas por TV
Amigo de atirador diz que ele é “generoso e calmo”
No dia 11 de março, o suspeito teria matado um soldado de origem magrebina em Toulouse. No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban --dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha-- matando dois e ferindo um gravemente.
Informações foram obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março, então os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando Merah roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.
Cerca de 200 agentes especializados foram deslocados para a região para buscar o suspeito. Num período de 14 dias, Merah agiu a cada quatro dias, sempre utilizando uma scooter e duas armas calibre 9 mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido.
E, a cada assassinato, o criminoso disparava na cabeça das vítimas, "à queima roupa", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado. Moulins o descreveu como um indivíduo "extremamente determinado, com muito sangue frio e com alvos extremamente definidos".
Novo ataque
O presidente francês Nicolas Sarkozy afirmou a representantes da comunidade judaica que o suspeito pretendia executar um novo ataque.
Fontes policiais informaram que haviam encontrado explosivos no carro de um dos irmãos de Merah, segundo a investigação, também comprometido com a ideologia salafista. (Com agências internacionais)
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